A prefeitura de Porto Alegre começou, nesta quinta-feira (16), trabalhos de revitalização no Viaduto Otávio Rocha, um dos principais cartões postais da cidade, no Centro Histórico. No local, será feita a retirada de cartazes e de pichações, além da pintura.
O trabalho deve levar cerca de dois meses para ser concluído. A obra faz parte do programa Centro+, que agrupa medidas para revitalizar a área central da Capital.
Conforme o Executivo, enquanto aguarda retorno sobre o pedido de financiamento para uma melhoria mais ampla e estrutural no viaduto, a prefeitura decidiu investir em uma ação de curto prazo, para "retomada da autoestima do bairro a partir da requalificação de um espaço público de grande relevância que se encontra degradado". A revitalização do Centro Histórico é uma das promessas da gestão de Sebastião Melo.
Os serviços que começaram nesta quinta incluem a retirada de cartazes e a limpeza do viaduto e das escadarias. Num primeiro momento, as pichações serão cobertas. Após esse processo, a pintura receberá uma nova camada. Algumas lâmpadas que estão queimadas também devem ser trocadas.
Na quarta (15), as equipes realizaram testes com as tonalidades de tintas na estrutura. Todo o material utilizado é da própria prefeitura.
— Nós identificamos muita pichação, muitos cartazes no viaduto. Vemos que está bastante degradado. E já estamos atrás de recursos para a revitalização mais completa ali. Mas, em vez de ficar esperando a resposta para começar essa revitalização, decidimos não deixar ele assim. É uma ação imediata e emergente, de curto prazo, para melhorar o local — explica o secretário de Planejamento e Assuntos Estratégicos e coordenador do Centro+, Cezar Schirmer.
Os trabalhos são executados pelo Grupo de Intervenção Rápida (GIR), equipe de pronta resposta do projeto Centro+ que efetua reparos e manutenção diária no bairro. Como a equipe não deixará de prestar serviços em outros pontos, o serviço no viaduto deve levar cerca de 60 dias, segundo a prefeitura.
Ao todo, 10 pessoas trabalharão no local, entre servidores da prefeitura, trabalhadores da empresa de zeladoria contratada pelo município e apenados que desenvolvem atividades laborais em troca da remissão de pena.
Executivo aguarda resposta sobre financiamento
Orçada em cerca de R$ 17 milhões, a proposta de financiamento para a revitalização completa do viaduto foi enviada pela prefeitura ao Banco de Desenvolvimento da América Latina — anteriormente conhecido como Corporação Andina de Fomento (CAF). O mesmo banco foi o responsável pelo investimento na revitalização da Usina do Gasômetro, junto de recursos próprios da prefeitura.
Segundo o secretário, o prazo para resposta da instituição é indefinido.
Entre as reclamações de permissionários do espaço, estão queixas sobre a estrutura de esgoto e do sistema elétrico do local, além de infiltrações nas calçadas e a insegurança, especialmente à noite e em dias chuvosos, quando há menos movimento. Presidente da Associação Representativa Cultural dos Comerciantes do Viaduto Otávio Rocha, Adacir Flores diz que o grupo se sente "isolado" das decisões da prefeitura.
A secretaria de Planejamento e Assuntos Estratégicos, no entanto, argumenta que vem realizando reuniões com todas as partes envolvidas no processo de revitalização.
— É um projeto complexo, não é pequeno. Que inclui melhorar a estrutura, as calçadas, recuperar o sistema elétrico, a questão do saneamento. A prefeitura não está parada, estamos trabalhando esse assunto e sabemos que é um espaço muito importante da cidade. O Centro Histórico é uma prioridade da prefeitura — diz Schirmer.