Já se passaram 20 anos desde a última restauração realizada no Viaduto Otávio Rocha, localizado na Avenida Borges de Medeiros, no Centro Histórico. De lá para cá, a estrutura de 270 metros colecionou pichações.
Um levantamento feito pela Secretaria Municipal de Planejamento e Assuntos Estratégicos (SMPAE) quantificou os rabiscos nas paredes do elevado. São 747 pichações, sendo 286 no lado centro-bairro e 461 no sentido oposto.
A fim de criar uma solução paliativa até a realização de uma nova recuperação, a prefeitura iniciou - há duas semanas - uma limpeza na estrutura. A ideia é combater o vandalismo e melhorar o aspecto da estrutura.
Parte do viaduto chegou a receber pintura. Um dos lados da calçada foi lavada. Foram retirados cartazes colados irregularmente. Os trabalhos deveriam durar dois meses. Porém, a pintura foi suspensa poucos dias depois.
Investigação
O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) solicitou informações à prefeitura. Uma notícia de fato foi instaurada, que é um procedimento antes da abertura de um inquérito civil.
A reclamação que chegou na promotoria do Meio Ambiente é que a pintura usada não teria aprovação prévia da Equipe do Patrimônio Histórico Cultural (EPAHC). Menciona também que o revestimento do viaduto é argamassa do tipo "cirex", que não deveria receber pintura.
A SMPAE informa que não estava ocorrendo uma revitalização. A pintura tem o objetivo, apenas, de retirar o aspecto de sujeira e abandono até a realização da intervenção maior, que está sendo elaborada.
A revitalização está orçada em R$ 16 milhões. A SMPAE garante que ela seguirá todos os protocolos. O projeto está na fase de captação de recursos. Quando isso ocorrer, o Cirex será todo refeito, já que o revestimento de hoje não tem mais conserto.
Até que a situação esteja esclarecida, a prefeitura decidiu manter apenas o serviço de retirada de cartazes e de lixo, além de troca de lâmpadas.
- Em respeito ao Ministério Público, suspendemos os trabalhos até que todas as questões sejam esclarecidas. No entanto, ressaltamos que se trata de uma ação muito mais educativa do que de revitalização do viaduto. Precisamos conscientizar a comunidade de que o vandalismo é questão a ser combatida - informa o secretário Cezar Schirmer.