A jornalista Juliana Bublitz colabora com o colunista Tulio Milman, titular deste espaço
Está em curso, até o próximo sábado (23), mais uma edição do Global Fact, evento organizado pela International Fact-Checking Network (IFCN) para debater o combate à desinformação no mundo. E o que nós — você e eu, reles mortais — temos a ver com isso? Tudo.
Os participantes do encontro vão discutir, entre outros pontos, o que vem pela frente em termos de fake news, inclusive aqui no Brasil, às vésperas de mais uma eleição presidencial. À frente do Projeto Comprova, uma aliança nacional de 33 veículos de mídia para combater notícias falsas (incluindo GZH), Sérgio Lüdtke vai acompanhar as discussões. Com a experiência de quem conhece o tema como poucos, ele já avisa:
— A disseminação de desinformação será maior em 2022 do que foi nas eleições de 2018. Primeiro, porque teremos mais plataformas. Em 2018, não tínhamos o Telegram nem o Tik Tok, que são muito difíceis de monitorar e não têm as mesmas políticas do WhatsApp (limitação ao encaminhamento de mensagens, por exemplo).
Telegram é um aplicativo de mensagens e o Tik Tok é usado para a postagem de vídeos curtos, sucesso entre o público jovem. Para não cair em armadilhas e não compartilhar mentiras sem saber, é importante ter atenção redobrada, inclusive sobre links que pareçam inofensivos.
— Como o país está muito dividido, qualquer conteúdo enviesado, mesmo opinativo, terá potencial para causar estragos — alerta o especialista.
Dez passos para não cair na mentira
Se o título da "notícia" enviada a você tiver adjetivos chamativos e apelativos, desconfie
- Leia o texto, não fique apenas no título
- É comum o texto falso conter erros de português
- Em geral, não há fonte identificada ou é desconhecida
- Desconfie de montagens grosseiras em fotos ou vídeos; em geral, é manipulação
- Confira a data da suposta notícia: pode estar defasada e fora de contexto
- Veja no Google se o assunto foi publicado em outros sites, em especial de jornais conhecidos
- Observe a autoria do texto; muitas vezes, notícias falsas não têm autor
- Verifique se a URL (endereço eletrônico) é de um site confiável; às vezes, o portal nem existe
- Cuidado com páginas sensacionalistas: a chance de entrar numa fria é real