![Pedro Ladeira / Folhapress Pedro Ladeira / Folhapress](http://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/25655359.jpg?w=300)
Negociações e pressões políticas entre poderosos costumam acontecer atrás de portas fechadas, longe dos olhos dos cidadãos. Às vezes, pode ser um telefonema. Em outras, um recado passado por um interlocutor designado para a função, ou mesmo uma declaração cifrada pela mídia. Quando Jair Bolsonaro transmitiu a reunião com o presidente do STF ao vivo, jogou luz na escuridão dos bastidores de Brasília. Bolsonaro não pediu nada e não prometeu nada em troca. Foi lá e deu o seu recado.
Só os ingênuos podem realmente acreditar que ele foi o primeiro presidente a tentar pressionar o STF. Ele foi o primeiro, sim, a fazê-lo de forma escancarada e transparente. É disso que os apoiadores do presidente gostam e que muitos não conseguem – e outros nem tentam – entender. Afinal de contas, pessoas influentes estão acostumadas a fazer e receber pressões. Caso contrário, não seriam influentes. O que lhes desagrada é que os outros saibam.
Feita essa ressalva, que considero justa, me ponho a pensar: seria bom que o presidente tivesse a mesma conduta em outras reuniões importantes. As que mantém com representantes do Centrão, por exemplo. É de profundo interesse na Nação saber exatamente sobre o que conversam Bolsonaro e os parlamentares “de sempre”. Ou então transformar os encontros do clã Bolsonaro em lives. Só as que tratam sobre assuntos relativos ao país, é claro. Não queremos estragar a surpresa do Dia das Mães.
Aí sim seria um novo jeito de fazer política. Fico aqui na esperança de que a transmissão online da visita ao STF tenha sido um teste. E a julgar pela trajetória de Bolsonaro até aqui, certamente ele o considerou um sucesso. Que venham outras, muitos outras. Vamos transformar Brasília em BBB, apresentado pela Regina Duarte. Mas sem paredón, que isso é coisa de comunista.