A secretária especial da Cultura, Regina Duarte, concedeu uma entrevista à CNN Brasil, na tarde desta quinta-feira (7), e minimizou críticas e os elogios de Jair Bolsonaro à ditadura militar. Questionada sobre as mortes no período da década de 1960 pelo entrevistador, Regina disse:
— Cara, desculpa, na humanidade não para de morrer gente. Se você falar de vida do lado tem morte. Tem que olhar para frente, tem que amar o país. Ficar cobrando coisas que aconteceram nos anos 1960, 1970, 1980? Gente, vamos pra frente — afirmou Regina, que completou a frase cantando Pra Frente Brasil.
A secretária então foi questionada sobre as mortes e torturas do período militar.
— Houve tortura. Stalin, quantas mortes? Hitler, quantas mortes? Não quero arrastar um cemitério de mortos nas minhas costas, sou leve, to viva, estamos vivos. Vamos ficar vivos. Por que olhar para trás? Não vive quem fica arrastando cordéis de caixões.
Neste momento, Regina disse que havia certa "morbidez" devido à pandemia do novo coronavírus.
— Eu acho que tem uma morbidez nesse momento. A covid-19 está trazendo uma morbidez insuportável.
Questionada por ter se silenciado diante da morte de diversos artistas desde que assumiu a secretaria, em março deste ano, Regina também minimizou e disse que não queria fazer um "obituário" na pasta.
Além disso, a secretária negou que vem sofrendo processo de fritura dentro do governo:
— As pessoas têm certa ansiedade em me ver fora.
Durante a entrevista, foi exibido um vídeo de Maitê Proença falando sobre a postura da ex-colega de trabalho.
— Regina, eu apoiei desde o início uma opinião que divergia da maioria dos seus. Estou aqui clamando para que se apresentem os feitos. Fale com sua classe! — disse Maitê, em clipe gravado.
No entanto, na mesma hora, Regina retirou o fone de ouvido e se recusou a ouvir. Ela se irritou com a escolha da produção e encerrou a entrevista abruptamente.
— O que você ganha com isso? Quem é você que está desenterrando uma fala da Maitê (Proença) de dois meses atrás? Eu não quero ouvir, ela tem o meu telefone. Eu tinha tanta coisa para falar, vocês estão desenterrando mortos — disse a atriz, antes de se levantar da cadeira.