É preciso classificar e organizar as coisas, mas dizer que os mais jovens não fazem parte do grupo de risco da covid-19 é um erro. Fazem sim. Risco altíssimo, que é o de transmitir, sem saber, a doença para outras pessoas, podendo até, involuntariamente, matá-las.
Essa categorização ineficaz das faixas etárias é um dos motivos do relaxamento das medidas de prevenção que observamos em Porto Alegre e em outras cidades gaúchas e do Brasil. "Comigo não dá nada", muitos pensam, de forma egoísta ou por falta de informação.
Poderíamos adotar outra nomenclatura, que refletisse o grau verdadeiro de cada risco, em vez de simplesmente negá-lo. Deixo essa tarefa, se julgada pertinente, para os especialistas.
É sabido que a doença também atinge os mais novos com gravidade, embora com menor chance de mortalidade. E, além do risco de contagiar pais, avós, amigos e vizinhos mais velhos, os jovens podem precisar de atendimento e, assim, ocupar leitos e respiradores que poderiam salvar vidas de pessoas com mais de 60 anos, grupo no qual a letalidade é maior.
A covid-19 está nos ensinando que, muitas vezes, risco e soluções só cabem em uma única categoria: a coletiva.