Economia parada, desemprego alto e violência se unem para fazer um número cada vez maior de brasileiros desistir do Brasil e tentar a vida no Exterior. Em 2019, é um movimento que parece ter no Rio Grande do Sul um ritmo superior à média nacional. Pelo menos é o que indicam os dados da Receita Federal sobre a entrega de declarações definitivas de saída do país. Entre janeiro e maio, 451 moradores do Estado formalizaram ao fisco que a melhor saída para a crise é o aeroporto. O número é 29% superior ao mesmo período do ano passado.
O êxodo no Brasil segue alto, mas em níveis semelhantes aos de 2018. Sugere, ao menos, que as expectativas favoráveis que surgiram após a eleição presidencial do ano passado, por enquanto, mostraram-se frustradas. Nos cinco primeiros meses, o Leão recebeu 20.043 declarações de saída do Brasil. Foram apenas seis a mais do que de janeiro a maio do ano passado. É uma estabilidade, mas o fluxo segue alto em relação ao passado recente. Em 2015, por exemplo, primeiro ano da fase mais aguda da recessão, foram apenas 4.610 brasileiros que desistiram do país. Nos exercícios seguintes, os números não pararam de subir.
O fluxo de brasileiros rumo ao Exterior, na prática, é muito maior, uma vez que os números da Receita não captam os imigrantes ilegais. Em regra, quem faz a declaração formal têm um nível de escolaridade maior e está deixando o país com a família inteira, atrás de oportunidades cada vez mais escassas por aqui. É a fuga de cérebros, que tende a comprometer ainda mais o futuro do Brasil.