O Ministério Público do Distrito Federal determinou encaminhamento a Curitiba do procedimento investigativo instaurado para apurar a suposta confecção de documentos falsos para aquisição de cidadania italiana por brasileiros.
No despacho, o procurador Claudio de Siqueira também encaminhou cópia do processo à embaixada da Itália no Brasil "para conhecimento e adoção de providência que julgar cabíveis".
A investigação passa para a Procuradoria Federal no Paraná porque, de acordo com a denúncia, a elaboração de papéis ocorreria em Curitiba.
O MPF passou a se debruçar sobre o tema após o advogado Luiz Scarpelli apresentar áudios e trocas de mensagens de um suposto esquema montado no Brasil para falsificação de documentos e obtenção da nacionalidade italiana.
No ano passado, o governo da Itália chegou a cancelar a cidadania de 899 brasileiros. A polícia italiana chegou a prender sete brasileiros, no âmbito da operação “Super Santos”, que por mais de um ano investigou casos de fraude.
“Somente em três dias eles transformavam cerca de mil brasileiros em cidadãos italianos, ao preço de € 7 mil (aproximadamente R$ 30 mil) em dinheiro vivo. As agências de negócios, administradas ilegalmente pelos brasileiros detidos, haviam se transformado em verdadeiras agências de turismo”, explicou a polícia italiana em nota na época. Cerca de 5 mil processos já foram cancelados.
Entre as regiões italianas já investigadas estão:
– Ospedaletto Lodigiano: 899 processos de cidadania anulados e passaportes cassados;
– Verbania e Novara: 800 processos anulados;
– Siracusa (Sicilia): 600 processos anulados;
– Maddaloni (Caserta): 251 processos anulados;
– Val di Zoldo: 1,6 mil processos sob suspeição;
– Portici (Napoli): 100 processos anulados;
– Omegna: 100 processos anulados;
– Terrano (Notaresco): 500 processos anulados;
– Brusciano: 200 processos anulados;
– Omegna: 2 assessores presos e 37 processos anulados;
– Mantova: um brasileiro foi preso e 325 processos podem ser anulados;