A Secretaria do Meio Ambiente tem uma explicação para a pequena quantidade de árvores plantadas no trecho renovado da orla do Guaíba. Uma rede de infraestrutura subterrânea, com cabos de energia, fibra ótica e dutos de água não permite a plantação de mudas.
Na semana passada, a coluna registrou que, com a aproximação do verão, estava difícil encontrar um lugar à sombra no local. O vereador Marcelo Sgarbossa (PT) encaminhou à prefeitura de Porto Alegre um requerimento para plantio de mudas e o transplantação de espécies adultas de árvores nativas na orla do Guaíba.
– Se fizermos qualquer modificação na área por conta própria, o projeto perde o direito à garantia, que vai até 2023. A rede de infraestrutura está avaliada em R$ 9 milhões – afirma o secretário Maurício Fernandes.
O espaço não deve ficar mais verde no curto prazo. Será preciso esperar as mudas plantadas – em locais estratégicos, distantes da tela subterrânea – crescerem. O transplante de espécies adultas está descartado. O custo da operação de uma unidade varia de R$ 20 mil a R$ 30 mil. Em alguns casos, chega a R$ 70 mil.
A Smam está realizando um mapeamento na região para identificar locais adequados para receber novas plantas. Mas nada deve acontecer antes de abril. As altas temperaturas do verão não são as mais indicadas para plantio.
O trecho 3 da orla do Guaíba, que vai do arroio Dilúvio ao Parque Gigante, explica o secretário, também não deve ter muita sombra. A área será dedicada para esporte e contemplação, com quadras de futebol vôlei e beach tennis, ciclovia, bares e pista de skate. A previsão é que o edital de licitação saia entre fevereiro e março. O projeto a ser executado também é de autoria do arquiteto Jaime Lerner.
A orla Moacyr Scliar possui atualmente mais de 250 árvores, além de mata ciliar arbustiva. Muitas das árvores nativas não tem copa arredondada e não proporcionam boa sombra.