O trecho 3 da orla do Guaíba, que vai do Anfiteatro Pôr do Sol ao Parque Gigante, deve receber obras de revitalização a partir do ano que vem. Voltado à prática de esportes, o projeto passa por análise de um grupo de trabalho coordenado pelo vice-prefeito Gustavo Paim, que definirá o orçamento até o início do mês que vem.
Nesta terça-feira (27), a equipe com representantes da Corporação Andina de Fomento (CAF), responsável pelo financiamento, se reuniu com Paim, que responde pelo comando do Executivo enquanto o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan, busca recursos para outros projetos nos Estados Unidos.
— Havia uma previsão de orçamento, mas precisava ser revisado, atualizado e validado em alguns pontos pelas áreas técnicas. O grupo, que começou em outubro, tem expectativa de concluir o trabalho até 10 de dezembro. Temos feito reuniões semanais e estamos avançando bastante. Há expectativa de antes desse prazo ter um orçamento — explica Paim.
A experiência com o trecho 1 — entregue à população em junho e considerado um case de sucesso — é vista como fundamental para a execução da nova etapa: tanto em acertos quanto erros.
A partir do orçamento, o passo seguinte é licitar a obra, em um trabalho junto à Central de Licitações. O prefeito em exercício evita dar prazos devido a questões que fogem do controle do poder público, como impugnações e judicialização do certame. Mas afirma:
— A ideia é, sim, no ano que vem já ter início de obras.
Na avaliação dos técnicos da prefeitura envolvidos com o projeto, o trecho 3 é menos complexo do que o 1, apesar de ser um pouco mais extenso: 1,6 quilômetro contra 1,2 quilômetro. O motivo está no tipo de intervenções físicas. No local, haverá pista de skate, quadras de futebol 7, quadras de vôlei de areia, quadras de tênis, bares, vestiário, playgrounds e academias ao ar livre.
O projeto é tratado com prioridade pelo Executivo. Uma das razões é o financiamento internacional, que tem prazos a serem cumpridos. O outro tem relação com a população.
— Claro que a questão do trecho 1 trouxe a volta da convivência dos porto-alegrenses com o Guaíba. A atratividade, a autoestima. Os representantes da CAF que estavam aqui disseram que o trecho 1 é um case de sucesso e está sendo pesquisado em toda a America Latina — acrescenta o prefeito em exercício.
A área a ser revitalizada, assim como o primeiro trecho recuperado, teve projeto desenvolvido pela equipe do arquiteto Jaime Lerner. O valor total de financiamento com a CAF para o Programa Orla POA, que também compreende obras na Usina do Gasômetro e em vias do Centro Histórico é de US$ 92 milhões (equivalente a R$ 356,5 milhões). Atualmente, o saldo existente é cerca de US$ 45 milhões (R$ 174,3 milhões). O trecho 2 da orla vai da rótula das Cuias ao riacho Ipiranga.