A lista abaixo reúne obras que de alguma forma combinam com o clima de feriadão, seja porque são alegres, seja porque valorizam os laços familiares.
Todas estão disponíveis no streaming, em plataformas como Amazon Prime Video, Apple TV+, HBO Max, Netflix e Star+. Escolha a sua e comece a maratonar — ou até a rever. Clique nos links se quiser saber mais.
Everybody Loves Raymond (1996-2005)
Criada por Phil Rosenthal, a série trata do cotidiano de um jornalista esportivo estadunidense de origem italiana, Raymond Barone (papel de Ray Romano), e sua família: a esposa, Debra (Patricia Heaton), os filhos pequenos — Ally e os gêmeos Geoffrey e Michael —, o pai (Peter Boyle), a mãe (Doris Roberts) e o irmão mais velho, o policial Robert (Brad Garrett). Num episódio, Ray desconfia de que o desejo sexual da esposa só aumentou porque ela tem aulas de ginástica com um bonitão. No outro, o casal descobre que um dos filhos gêmeos tem problemas de motricidade.
Paralelamente, os pais de Ray vivem às turras. O irascível e irônico Robert tem ciúme do irmão. E Debra e a sogra — hábil na chantagem emocional — não se bicam. Para piorar, Ray costuma tomar partido da mãe — em troca, oferece US$ 20 à esposa — ou a atitude que menos lhe incomoda: a omissão. Mas todo mundo ama Raymond, exceto, claro, seu irmão, cujo bordão dá nome à série que emplacou seis temporadas entre as 10 maiores audiências na TV estadunidense e que conquistou 15 troféus no Emmy, incluindo dois de melhor série cômica. (9 temporadas, 210 episódios, Amazon Prime Video)
Modern Family (2009-2020)
Pentacampeã — de 2010 a 2014 — no Emmy de melhor comédia, a série de Christopher Lloyd e Steven Levitan gira em torno de uma família que vive se metendo em apuros, geralmente porque não dizem o que pensam — se bem que tem uns personagens que na verdade falam demais!
Jay (Ed O'Neill), o patriarca, casou-se com a colombiana sexy Gloria (Sofia Vergara), bem mais jovem do que ele, e adotou o filho dela, Manny (Rico Rodriguez), que tem gostos refinados e atitudes maduras demais para sua idade. Jay também é pai de Mitchell (Jesse Tyler Ferguson), que adota uma bebê vietnamita com o companheiro Cameron (Eric Stonestreet), e de Claire (Julie Bowen), casada com Phil Dunphy (Ty Burrell) e mãe de três filhos, Haley (Sarah Hyland), Alex (Ariel Winter) e Luke (Nolan Gould). Papel que valeu a Burrell dois Emmys e mais seis indicações, Phil é o típico pai descolado e um modelo quando o tema é educação infantil — na opinião dele. O filho deu tiros com uma arma de chumbinho na irmã? Atire nele de volta. (11 temporadas, 250 episódios, Star+)
The Office (2005-2013)
Se você sai do trabalho mas o trabalho não sai de você, que tal brincar de identificar com que personagem de The Office seus colegas parecem?
Desenvolvida por Greg Daniels, a versão estadunidense do homônimo seriado britânico de Ricky Gervais e Stephen Merchant deixou como legado um dos maiores personagens das comédias: Michael Scott, o chefe sem noção encarnado por Steve Carell (seis vezes indicado ao Emmy). No escritório da fábrica de papel Dunder Mifflin, Michael sintetiza vários problemas do mundo corporativo, mas, ao fazer isso, acaba por lembrar como somos imperfeitos. Não raro, nossa reação a suas atitudes passa da vergonha alheia à mais sincera ternura. Tanto melhor que ele está rodeado de outros tipos memoráveis, como o excêntrico Dwight (Rainn Wilson), o isentão Jim (John Krasinski), a insegura Pam (Jenna Fischer), a rígida Angela (Angela Kinsey), Stanley (Leslie David Baker), o rei da má vontade, e Toby (Paul Lieberstein), que, à frente do RH, é o alvo preferido do protagonista. (9 temporadas, 201 episódios, HBO Max, Netflix e Paramount+)
Ted Lasso (2020-)
A série criada por Jason Sudeikis, Bill Lawrence, Joe Kelly e Brendan Hunt narra as desventuras de Ted Lasso, treinador universitário de futebol americano que teve de, literalmente, trocar as mãos pelos pés quando saiu do Kansas para Londres, onde virou técnico de um fictício time de futebol da bilionária Premier League. O que se iniciou como um diabólico plano de vingança da dona do tal clube, o Richmond, contra o marido que vivia a traindo, apostando em piadas sobre as diferenças entre os dois esportes e as duas culturas, aos poucos foi se revelando uma história com contornos muito mais dramáticos. Foram para o centro do gramado temas de saúde mental, como ansiedade, ataques de pânico, negação e resistência à terapia.
Temperada pelo otimismo contagiante do personagem principal e impulsionada pelo brilho do time de coadjuvantes, essa mescla cativou a audiência e fez Ted Lasso ingressar em uma elite: a das produções que conquistaram o prêmio Emmy de melhor série cômica em suas duas primeiras temporadas. No total, já soma 11 Emmys, incluindo dois de melhor ator (Jason Sudeikis), dois de ator coadjuvante (ambos para Brett Goldstein, que interpreta Roy Kent, primeiro um um carrancudo jogador veterano, depois um carrancudo comentarista de TV e agora um carrancudo assistente técnico) e um de atriz coadjuvante (Hannah Waddingham, que encarna Rebecca Welton, a proprietária do Richmond). (3 temporadas e 26 episódios até agora _ o 27º estreia no dia 12/4 _, Apple TV+)
This Is Us (2016-2022)
Esta última dica é para quem topa chorar um pouco — na verdade, bastante, mesmo que em meio a boas risadas. Apesar de não ser uma trama de suspense, This Is Us aposta muito na surpresa, nos segredos e nas revelações para arrebatar a audiência. Por isso, em respeito àqueles que apenas agora vão conhecer a família Pearson, resumirei ao mínimo a sinopse: no primeiro episódio, descobriremos o que existe em comum entre um casal — Jack (Millo Ventimiglia) e Rebecca (Mandy Moore) — que aguarda o nascimento de seus trigêmeos, uma mulher obesa (Kate, encarnada por Chrissy Metz) que vive lutando para perder peso, um bonito ator de TV (Kevin, interpretado por Justin Hartley) cansado de fazer papéis superficiais e um bem-sucedido executivo negro (Randall, personagem de Sterling K. Brown).
A partir daí, a série criada por Dan Fogelman vai e volta no tempo, mostrando no presente os reflexos do passado, ou recuperando histórias antigas para explicar situações atuais. Os personagens experimentam traumas e decepções, passam por crises no casamento e luto na família, enfrentam o racismo e outros tipos de preconceito, lidam com conflitos psicológicos e desafios profissionais, mas também expressam sentimentos positivos, evoluem emocionalmente e vivem momentos felizes. O texto é bom, as atuações, de modo geral, são cativantes, e a trilha sonora é um atrativo à parte, sobretudo quando resgata pérolas setentistas. (6 temporadas, 103 episódios, Star+)