John Krasinski estreou um programa neste domingo (29), no YouTube, só com "notícias boas", chamado apropriadamente de Some Good News. Krasinski é mais conhecido como o Jim Halpert da série The Office (2005-2013), que completou 15 anos de estreia por esses dias. E o ponto alto de Some Good News foi justamente seu reencontro, por videoconferência, com o ator Steve Carell, que em The Office interpretou Michael Scott, "o melhor chefe do mundo" – ou pelo menos isso é o que estava escrito em sua caneca.
Os fãs costumam ter dificuldade em explicar por que The Office é uma série tão boa. Afinal, mostra o dia a dia dos funcionários de uma distribuidora de papel, o que não parece uma sinopse muito promissora. O segredo está na cuidadosa construção dos personagens, que, no ambiente de trabalho, revelam o que há de melhor e de pior no ser humano. The Office é uma comédia, mas de um tipo diferente, menos para gargalhar e mais para dar um sorrisinho de identificação: "Conheço alguém assim" ou "Já passei por algo parecido".
Enquanto na versão original inglesa Ricky Gervais era um chefe cretino pelo qual não se nutre qualquer simpatia, na edição americana Carell é um gestor inconveniente, mas bonachão. Mesmo que sempre busque um atalho duvidoso para se sair bem nas situações, é difícil não sentir algum tipo de carinho e até ternura pela sua figura. Para ele, o escritório é mais um lugar de família do que um ambiente de trabalho. Michael Scott sintetiza o que está errado no mundo dos negócios, mas, ao expor seus próprios defeitos, nos deixa a pensar em como somos todos imperfeitos.
Os demais personagens também podem ser caracterizados por seus problemas: Dwight, um sujeito extravagante com sede de poder; Jim, seu antagonista, um isentão que apenas não quer ser envolvido em polêmicas; Pam, uma funcionária com aspiração artística que duvida das próprias capacidades; Angela, uma mulher de valores rígidos que se esforça para ser desagradável; Oscar, um sujeito que adora corrigir os outros; apenas para citar alguns.
The Office é a coleção de decisões erradas que eles tomam diariamente, mesmo que com boas intenções. No final, esse é o grande apelo da série: constatar que somos humanos, fracassando toda hora, mas seguindo com nossas vidas, que talvez não sejam tão ruins assim, se pudermos rir de nossa desgraça.