A RBS TV exibe neste fim de semana o filme que foi ponto de partida para o tapa desferido por Will Smith no comediante Chris Rock, durante a cerimônia de entrega do Oscar, em 27 de março. Na virada de domingo (10) para segunda (11), vai ao ar Até o Limite da Honra (G.I. Jane, 1997), dentro da sessão Cinemaço, às 2h.
O filme foi citado na piada de mau gosto que Rock fez a respeito do visual de Jada Pinkett Smith. A esposa de Will Smith, oscarizado como melhor ator por King Richard: Criando Campeãs, sofre de alopecia, doença autoimune que provoca queda de cabelo e que a levou a decisão de raspar completamente a cabeça. Rock comparou Jada (que estava usando um vestido verde escuro) à personagem interpretada por Demi Moore em Até o Limite da Honra, dizendo que mal podia esperar para ver G.I. Jane 2.
Até o Limite da Honra não fez sucesso de público (arrecadou US$ 48,1 milhões) nem de crítica — chegou a valer a Demi Moore o Framboesa de Ouro de pior atriz. Mas, olhando em retrospecto, não deixa de ser um testemunho sobre o cinema daquela época — e até como um precursor dos filmes de ação protagonizados por mulheres.
O roteiro foi escrito por Danielle Alexandra e David Twohy, que trabalhou nos scripts ou mesmo na direção de títulos marcantes (para o bem ou para o mal) da década de 1990, como O Fugitivo (1993), Waterworld: O Segredo das Águas (1995) e Eclipse Mortal (2000). Na cadeira de diretor de Até o Limite da Honra, estava Ridley Scott, que uns anos antes havia feito Thelma & Louise (1991), um filme de estrada feminista, e que logo depois assinaria o oscarizado Gladiador (2000). Já a protagonista, Demi Moore, vinha numa curva descendente: depois de Ghost: Do Outro Lado da Vida (1990), Questão de Honra (1992) e Proposta Indecente (1993), estrelara Assédio Sexual (1994) e Striptease (1996).
Em G.I. Jane, a atriz interpreta Jordan O'Neill, uma analista de topografia que se torna a primeira e única mulher a participar do intenso programa de treinamento dos fuzileiros navais dos Estados Unidos. O pioneirismo atende aos interesses políticos de uma senadora (papel de Anne Bancroft), e Jordan está sob o comando do brutal e enigmático John Urgayle (Viggo Mortensen), que exige 20 horas diárias de tarefas, com o objetivo de desgastar física e mentalmente os recrutas. A protagonista também tem de enfrentar o machismo institucional. E, claro, em algum momento terá de ir a campo — mais precisamente, em um deserto da Líbia, onde caiu um satélite espião com plutônio que pode virar arma para inimigos dos estadunidenses.