Três cenas de Natal estão dando o que falar em Santa Catarina:
- Em um shopping de Joinville, o Papai Noel vestido de vermelho (como em todos os lugares do mundo) fica o dia inteiro a postos para tirar fotos com as crianças.
- Em outro shopping, em Florianópolis, o bom velhinho aparece todo vestido de branco.
- Na cidade de Balneário Camboriú, o Papai Noel se veste de verde e dourado, mas nas fotos passa a ideia de que está de verde e amarelo.
Que relevância podem ter essas cenas com tanta coisa mais interessante para se abordar na política? Elas são o retrato da radicalização que tomou conta do país. O primeiro shopping passou a ser atacado nas redes sociais por vestir o Papai Noel de vermelho, vejam só, a cor do comunismo. O segundo se vacinou e vestiu o personagem natalino de branco, lembrando os personagens de Frozen ou qualquer coisa parecida.
E Camboriú contratou uma empresa para fazer a decoração da cidade e o resultado foi esse Papai Noel que tanto pode ser um patriota em verde-amarelo estilado (a roupa é dourada, o saco de presentes e as luvas são verdes). Justiça se faça, o tapete é vermelho.
Os defensores das invenções catarinenses reagem às críticas dizendo que no Rio Grande do Sul tem Papai Noel azul, por causa da rivalidade entre Inter e Grêmio. Os gorros azuis até são comuns, mas se for uma competição o colorado vence de 99 a 1. Quem já viu Papai Noel vestido de azul?
Esse tipo de polêmica só prospera porque as redes sociais estão repletas de desocupados que enxergam pelo em ovo e chifre em cabeça de cavalo. Aliás, vermelho é a cor do comunismo, mas é também a do Partido Republicano de Donald Trump. E, como Papai Noel só existe como lenda, por que associar o barbudo da Lapônia com a política deste país dividido? Deixem o velhinho em paz.