Não existe saída fácil para os deputados da base aliada do governo Eduardo Leite . As imagens da reunião que antecedeu o anúncio da remessa do projeto de aumento da alíquota básica do ICMS de 17% para 19% à Assembleia mostram que todos, incluindo os secretários de Estado, não conseguiam disfarçar a tensão.
O que o governador chama de "novembro sem fim" também é um pesadelo para os deputados, que precisam fazer uma escolha difícil entre o aumento da alíquota e o corte de benefícios fiscais, que provocará elevação nos preços de produtos essenciais.
Aos aliados, Leite usou o apoio de mais de 30 entidades empresariais como âncora para pedir o voto favorável ao projeto agora chamado de "Pacto pelo futuro". Disse que esses empresários reconheceram o que ele dizia ainda em novembro (que o impacto do corte de benefícios fiscais seria pior) e propuseram o aumento da alíquota como alternativa.
— Ninguém gosta de aumentar imposto. Eu não tenho nenhum prazer em propor aumento, mas não vou me omitir — diz Leite.
A oposição vende a ideia de que é possível manter os benefícios fiscais e não elevar o ICMS. E que se o governo insistir em manter os decretos, a Assembleia pode derrubá-los, o que é duvidoso do ponto de vista jurídico. Como o corte de incentivos é feito por decreto, o raciocínio é de que o desgaste recairá todo na conta de Leite.