O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Em paralelo às articulações partidárias e conversas entre possíveis candidatos à prefeitura de Porto Alegre em 2024, um grupo de políticos vem se mobilizando nos últimos meses para fortalecer a tese de uma eventual união da esquerda nas eleições municipais. Coordenado pelo vereador Marcelo Sgarbossa, que tenta a refiliação ao PT e está atualmente sem partido, o movimento busca assinaturas em apoio a uma "frente ampla de centro-esquerda" para enfrentar nas urnas o prefeito Sebastião Melo (MDB).
— Queremos solicitar aos partidos que apresentem uma única candidatura. Quando chegarmos a mil assinaturas físicas, vamos entregar aos partidos — explica Sgarbossa.
O vereador conta que a mobilização nasceu durante o Fórum Social Mundial, em janeiro, após provocação da Rede Sustentabilidade. Reuniões com dirigentes partidários chegaram a ocorrer nos meses seguintes, mas praticamente não houve avanços formais das legendas para a formação de uma ampla aliança até o momento.
Sgarbossa diz que a expectativa do movimento é de que as federações PT-PCdoB-PV e PSOL-Rede, além de Avante, PDT e PSB estejam juntos nas urnas.
Na segunda-feira (17), o ex-deputado Beto Albuquerque (PSB) declarou apoio à iniciativa de reunir as legendas de centro-esquerda.
— Acredito numa frente ampla sem imposições de nomes agora para a disputa eleitoral em Porto Alegre. É hora de somar, não de dividir. Precisamos reforçar as forças políticas que apoiam o governo Lula e Alckmin. O desafio nacional é muito maior e mais importante do que nossos eventuais desencontros que aconteceram por quaisquer razões — avalia Beto.
Ao lado de Sgarbossa, um dos interlocutores que vem participando das conversas é o ex-prefeito José Fortunati.
— A grande questão não é pensar só em Porto Alegre, mas no fortalecimento do Estado democrático de direito. Passamos por momentos difíceis, como o 8 de Janeiro. Nunca considerei o Melo golpista ou contra a democracia, mas, infelizmente uma parte do governo tem dado mostras disso — diz Fortunati, que segue filiado ao União Brasil, mas está afastado da sigla, e descarta concorrer em 2024.