Em 2002, logo depois de se eleger governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto foi à Europa, em um roteiro que começou pela Bélgica e que incluiu visita ao Parlamento Europeu. Em todos os encontros, quando era apresentado, alguém comentava que Porto Alegre era a cidade do Fórum Social Mundial.
Criado em 2001, como contraponto ao Fórum Econômico de Davos, com o slogan Um Outro Mundo é Possível, o Fórum Social Mundial transformou Porto Alegre na meca da esquerda. Na primeira edição, cerca de 20 mil pessoas desembarcaram na cidade e a transformaram numa espécie de Torre de Babel, com múltiplos idiomas e um festival de cores nas vestimentas típicas de cada país.
Vinte anos depois, a versão reduzida do Fórum, realizada na Assembleia Legislativa, não teve nem de longe o brilho do passado. Além das conferências esvaziadas e da falta de líderes conhecidos, a marcha realizada no final da tarde desta quarta-feira (25) mostrou os sinais da decadência.
Um pequeno grupo se concentrou em frente ao prédio da prefeitura e saiu em caminhada pelo Centro. Não empolgou a população local, nem atraiu os líderes políticos que em outros tempos animavam as manifestações. O discurso do outro mundo possível perdeu vigor.