Engessados pela legislação, que limita seu poder para apresentar projetos, já que não podem criar despesas, por exemplo, os deputados estaduais identificaram nas frentes parlamentares um palco e uma forma de agradar seus eleitores. O problema é que, por melhor que seja a intenção, o excesso vulgariza a iniciativa e a maioria acaba levando do nada a lugar nenhum.
Em menos de quatro meses, a Assembleia contabiliza 186 requerimentos de instalação de frentes parlamentares. Isso dá uma média de 3,38 por deputado. Quem, além dos autores, acredita que todas possam ser produtivas e apresentar algum resultado concreto?
Nesta sexta-feira (19), foi instalada a Frente Parlamentar de Combate às Fake News, proposta pela deputada Laura Sito (PT) com a presença do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), relator do projeto que tenta barrar as mentiras nas redes sociais.
Na segunda-feira (22), às 14h, será lançada a Frente em Defesa do Desenvolvimento do Litoral Norte, iniciativa do deputado Luciano Silveira (MDB). A ideia, diz o deputado, é aproveitar a presença dele na Assembleia e de Gabriel Souza como vice-governador para pensar o Litoral do futuro.
Entre as 186 propostas de frente parlamentar existe uma "pró-jornais e mídia impressa" (Silvana Covatti), como se fosse possível os deputados frearem a marcha da digitalização; a da Invasão Zero (Gustavo Vitorino), com a pretensão de conter o MST; a da Aplicação da Tecnologia na Saúde (Thiago Duarte), como se isso já não fosse realidade; a do Conservadorismo (Rodrigo Lorenzoni), a da Cannabis Terapêutica (Leonel Radde) e a de Formação de Profissionais da Área de Tecnologia e Subsídios para os Municípios Legislarem sobre a Implantação da Rede 5G (Airton Artus).