O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Dependendo de maioria qualificada (ao menos 308 dos 513 deputados) para ser aprovada na Câmara, a reforma tributária que promete simplificar o sistema de pagamento de impostos só será conhecida plenamente pelos brasileiros nos dias que antecederem a votação em plenário.
Relator da matéria no Congresso, o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) avisou nesta segunda-feira (17) que apresentará a versão final do parecer apenas quando o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), agendar a data de votação em plenário, a fim de evitar a desidratação da proposta
—Não dá para ter um texto sem saber o dia em que vai votar esse texto. Se não, a gente sabe como é isso. Vivi na liderança de governo (Temer) discutindo a reforma da Previdência, a gente fez a (reforma) trabalhista. Sabemos o que é ter um texto e demorar muito para a aprovação _ ponderou Ribeiro, em reunião com políticos e empresários gaúchos, na Federasul.
O deputado comentou que está trabalhando em sintonia com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e afirmou que, quando o relatório for apresentado, pretende procurar cada uma das bancadas partidárias no Congresso para detalhar seus efeitos.
Mais cedo, o Ribeiro já havia dito que é preciso construir a "condição política" de aprovação da proposta:
— A parte técnica a gente debate, mas é a política que vai decidir qual o texto da reforma tributária que queremos.
No dia 16 de maio, o deputado vai apresentar o relatório parcial com as conclusões do grupo de trabalho criado para discutir a reforma na Câmara. Essa versão ainda será aprimorada antes da consolidação do texto a ser apreciado em plenário. Ribeiro almeja acertar com Lira que a votação da PEC ocorra ainda no primeiro semestre deste ano.