O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Em Brasília para receber uma homenagem pelos 95 anos da Federação das Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), o presidente da entidade, Anderson Cardoso, entregou nesta terça-feira (6) ao ex-governador Germano Rigotto (MDB) uma lista de demandas do setor para a transição do futuro governo. Rigotto integra o grupo temático de Indústria, Comércio e Serviços.
Na sede da Fundação Ulysses Guimarães, Cardoso reforçou o pedido da Federasul para que a nova gestão dê prioridade à aprovação da reforma tributária a partir de 2023. Rigotto é defensor da reforma e o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva já deu sinalizações de que deverá levar adiante a proposta.
O principal ponto de interrogação é qual reforma poderá avançar, uma vez que o tema é espinhoso, tramita no Congresso há décadas e esbarra nos interesses de Estados e municípios.
— Cada um quer a sua reforma tributária. A simplificação é um consenso, a modificação na tributação do consumo tem pontos de consenso, mas a forma como isso será feito não é um ponto em comum. Defendemos uma reforma que simplifique e, se possível, reduza a carga para aumentar a produtividade — analisa Cardoso.
Outros dois temas caros à federação empresarial são a reforma administrativa, para reduzir o custo da máquina pública, e o equilíbrio das contas. Nesta terça, inclusive, a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil lançou nota em que se manifesta contra a PEC da Transição.
"A Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (...) manifesta seu apoio à manutenção no próximo ano do valor de R$ 600 do Auxílio Brasil ou outro nome que venha ter, por considerar uma necessidade na atual conjuntura de dificuldades de grande parcela da população. Considera, no entanto, que os recursos necessários para garantir esse valor sejam buscados por remanejamentos no Orçamento da União para 2023, ao invés de uma autorização para gasto extraordinário", diz um trecho do documento.
Relatório
Coordenador do plano de governo de Simone Tebet, o ex-governador gaúcho tem se dedicado, nas últimas semanas, a conversar com líderes empresariais e de entidades para compilar as sugestões dos setores. As demandas devem ser condensadas em um relatório que será entregue na próxima semana.
— Foi uma reunião muito produtiva e, agora, a Federasul irá consolidar algumas sugestões que irão constar no meu relatório, que será entregue no dia 13, finalizando a minha participação na equipe de transição — explica Rigotto.