Repetindo a estratégia eficiente que marcou o primeiro mandato no Palácio Piratini, o governador reeleito Eduardo Leite (PSDB) está articulando a montagem de uma base de apoio confortável na Assembleia Legislativa para a gestão que começa em 2023. Menos de um mês depois da vitória no segundo turno, Leite e o vice-governador eleito Gabriel Souza (MDB) trabalham para atrair partidos que não integraram sua coligação e pretendem procurar inclusive o PL, do candidato derrotado Onyx Lorenzoni.
O primeiro passo concreto para a consolidação de maioria no Legislativo foi dado na segunda-feira (21), quando Leite e Gabriel efetivaram o convite para que o PP e seus sete deputados eleitos integrem o futuro governo. A resposta viria nesta terça-feira (22), após uma reunião da bancada, mas o encontro acabou transferido para a próxima semana. Ainda assim, a expectativa é de que a adesão dos progressistas seja confirmada sem grandes querelas.
Outro apoio encaminhado é o do PDT, que elegeu quatro deputados. Embora tenha feito oposição a Leite no mandato anterior, o partido se engajou na campanha do tucano no segundo turno e tem participado com efetividade dos debates da transição. A promessa do governador eleito de dar prioridade à educação na próxima gestão é outro fator que ajuda na aproximação.
A coligação formada por PSDB, Cidadania, MDB, PSD, Podemos e União Brasil elegeu 17 deputados estaduais, mas há casos em que não haverá plena fidelidade ao governo, como o de Patrícia Alba (MDB), que foi contra a aliança de seu partido com o tucano.
Por outro lado, Leite e Gabriel mantêm diálogo com PSB e PTB, que elegeram um deputado cada e estão participando da transição.
Nos próximos dias, também pretendem procurar o PL e o Republicanos, que integraram a primeira gestão do tucano, mas sustentaram a candidatura de Onyx ao Piratini. Os dois partidos elegeram cinco deputados cada.
— O governador tornou público ontem (segunda) que deseja conversar com esses partidos e hoje (terça) comecei a ter contato com os deputados dessas duas bancadas— relata Gabriel
No momento, a discussão com o Republicanos é considerada mais tangível, visto que o partido não encabeçou a chapa adversária. No caso do PL, a maior probabilidade é de que a sigla se declare independente, permanecendo fora do governo, mas sem se juntar aos partidos de esquerda na oposição.
— Ainda não houve conversa com a bancada toda e o governador eleito, mas a tendência é que a bancada seja independente — afirma o deputado Rodrigo Lorenzoni, mais votado do PL para a Assembleia.
Aliás
Eduardo Leite e Gabriel Souza embarcam nesta quarta-feira para a Inglaterra, para participar de um curso de gestão pública em Oxford, a convite da Fundação Lemann. O retorno está previsto para segunda-feira (28). Para a próxima quarta, está marcado o último seminário do período da transição, sediado no Instituto Caldeira, em Porto Alegre.