O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Os candidatos que disputaram o governo do Rio Grande do Sul em 2022 gastaram quase R$ 55 milhões para o financiamento de suas campanhas, de acordo com os extratos das prestações de contas encaminhadas à Justiça Eleitoral. Em 2018, os concorrentes utilizaram R$ 20,2 milhões que, corrigidos pela inflação do período, seriam equivalentes a R$ 25,5 milhões atualmente. Com isso, o aumento real de despesas entre a campanha atual e a anterior foi de aproximadamente 115%.
No sábado (19), terminou o prazo para que os candidatos que disputaram o segundo turno informassem seus dados contábeis. Embora tenham contado com doações de pessoas físicas, sobretudo de empresários, o grosso dos recursos consumidos veio do fundão eleitoral, que é abastecido com dinheiro público.
Entre os dois candidatos que passaram ao segundo turno, Onyx Lorenzoni (PL) teve a campanha mais cara. Foram R$ 16,9 milhões em despesas, ante R$ 14,6 milhões declarados por Eduardo Leite (PSDB). O limite de gastos permitido pela Justiça Eleitoral era de R$ 17,3 milhões. Nos dois casos, os maiores volumes de recursos foram empregados na produção de programas de rádio e televisão e na confecção de materiais impressos para publicidade.
De acordo com os extratos das prestações de contas, Onyx terminou a eleição com uma dívida de campanha de R$ 338,7 mil, enquanto Leite registrou sobra financeira de R$ 67,3 mil.
Dentre os que não se classificaram ao segundo turno, o maior gasto foi de Roberto Argenta (PSC), que consumiu R$ 6,7 milhões — praticamente todo o recurso veio de doações de pessoas físicas.
Na sequência, aparecem Edegar Pretto (PT), Luis Carlos Heinze (PP) e Vieira da Cunha (PDT), que utilizaram pouco mais de R$ 5 milhões cada. Os demais concorrentes gastaram menos de R$ 500 mil para fazer a campanha.
Despesas de campanha
- Onyx Lorenzoni (PL) - R$ 16.896.089,64
- Eduardo Leite (PSDB) - R$ 14.626.415,02
- Roberto Argenta (PSC) - R$ 6.765.154,53
- Edegar Pretto (PT) - R$ 5.305.327,38
- Luis Carlos Heinze (PP) - R$ 5.272.069,32
- Vieira da Cunha (PDT) - R$ 5.255.976,05
- Vicente Bogo (PSB) - R$ 498.958,90
- Ricardo Jobim (Novo) - R$ 302.543,88
- Rejane de Oliveira (PSTU) - R$ 58.422,50
- Carlos Messalla (PCB) - R$ 9.725,00
- Paulo Roberto Pedra* (PCO) - R$ 3.000,00
Total: R$ 54.993.682,22
*Renunciou à candidatura