A cada quatro anos, a história se repete: os adversários do PT ensaiam fazer um acordo entre eles e excluir o partido com o maior número de deputados da composição da Mesa da Assembleia. No fim, a democracia prevalece e a as quatro maiores bancadas fazem rodízio na presidência.
Neste ano, o zumzum já começou. Apesar de o PT ter conquistado 11 cadeiras, mais uma do PCdoB, com quem forma uma federação, cogita-se nos bastidores a possibilidade de um acordo entre os partidos de centro-direita. As tratativas ganharam força desde a última semana, a partir da data em que o PP formalizou apoio ao candidato do PL ao Piratini, Onyx Lorenzoni.
A questão é que o PL de Onyx corre o risco de ficar fora da presidência, já que elegeu cinco deputados, mesmo número do Republicanos e do PSDB. A segunda maior bancada é a do PP, com sete, e a terceira a do MDB, com seis.
Procurado pela coluna, o vice-presidente do PL estadual, Giovani Cherini, negou que esteja em curso uma costura para excluir o PT da Mesa da Assembleia.
— Não falamos nada sobre isso... Tudo depende do segundo turno. Eu sou do time da inclusão e não da exclusão. A dificuldade é que três partidos fizeram cinco deputados. Depois do dia 30, a minhão posição é de unidade, de governabilidade, e não de buscar as diferenças.
Em novembro, após as eleições, Cherini reassume a presidência do PL no Rio Grande do Sul. Hoje o partido é presidido por Onyx.
Onyx aperta o cinto nos gastos de campanha
Depois de ter feito a campanha mais cara do primeiro turno para governador, com receitas de R$ 11,4 milhões e despesas contratadas de R$ 10,7 milhões, Onyx Lorenzoni (PL) mandou passar a tesoura nos gastos. A explicação dada aos prestadores de serviços é de que os cofres estão raspados.
Eduardo Leite (PSDB) recebeu R$ 7,7 milhões e contratou despesas no valor de 6,6 milhões.
O limite total de gastos para os classificados no segundo turno é de R$ 17.344.086,00.
Onyx recebeu R$ 9,6 milhões do fundão eleitoral e Leite, R$ 7,6 milhões.
Conselhos que podem dar dor de cabeça
Apesar de o Ministério Público Eleitoral e o do Trabalho estarem atentos a todas as formas de assédio eleitoral aos empregados, tem político que não aprende.
A vereadora Comandante Nádia (PP), que renunciou às vésperas da eleição, contou em um ato político ter recomendado a lojistas que falem com os empregados para orientá-los a votar. A diferença entre orientação e coação é sutil.
Cebola e batata
A mesma Comandante Nádia criticou jornalistas por falarem do aumento do preço da cebola e da batata. Talvez isso explique os 3% que tinha nas pesquisas quando renunciou.
Os temas da vida real são chatos porque não têm o mesmo apelo da imaginação.
Pretto deve ser o nome do PT em Porto Alegre
Pelo desempenho em Porto Alegre, Edegar Pretto é o nome forte do PT para a eleição de 2024. Pretto fez 268.063 votos para governador na Capital.
Em 2020, Sebastião Melo (MDB) foi para o segundo turno com 200.280 votos e Manuela D’Ávila (PCdoB) fez 187.262.
Melo é candidato à reeleição e deve manter a parceria bem-sucedida com Ricardo Gomes, hoje no PL. O cargo de vice de um prefeito em segundo mandato, que tem pretensões maiores, é sempre atraente. Se estiver com a popularidade em alta, o prefeito deve tentar o Piratini em 2026. A depender do resultado deste ano, naturalmente.
Dois nomes para Santa Maria
O Novo tem dois nomes fortes para a eleição de prefeito de Santa Maria: Ricardo Jobim, que concorreu a governador, e Giuseppe Riesgo, deputado estadual não reeleito.