
No que depender do comando da Brigada Militar, o pedido do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes, para garantir a segurança antes, durante e depois do primeiro e do segundo turno das eleições será atendido. O comandante-geral da Brigada, coronel Cláudio Feoli, que representou o Rio Grande do Sul na reunião em Brasília, apresentou as medidas que já estão sendo planejadas e que começam pela montagem de um gabinete de crise.
Por ser delegado de polícia e ex-secretário da Segurança Pública, o governador Ranolfo Vieira Júnior sabe que, diante do acirramento dos ânimos, é preciso ter um planejamento detalhado de todas as ações previstas para o período eleitoral.
O secretário da Segurança Pública, coronel Vanius Santarosa, que já comandou a Brigada Militar e tem a experiência da rua, tomou uma série de providências em conjunto com Feoli para garantir a segurança de candidatos, autoridades e de eleitores. As equipes do governo gaúcho mapearam os pontos que merecem atenção e eles cobrem todos o território do Rio Grande do Sul, mas o foco é Porto Alegre, por ser na Capital que se faz a totalização dos votos.
Todos esses pontos foram apresentados por Feoli na reunião em Brasília, que começou por elogios de Moraes e do ministro Ricardo Lewandowski às polícias militares, reconhecidas como pilares de defesa das instituições e da democracia.
Uma reunião como essa, convocada pela autoridade máxima da Justiça Eleitoral, é inédita. Em outras eleições, os órgãos estaduais de segurança sempre trabalharam em sintonia com a Polícia Federal, mas desta vez é diferente. O presidente do TSE teme a ocorrência de distúrbios de rua e por isso quer ter certeza de que as polícias militares estarão do lado da Constituição se houver algum tipo de tumulto.
A parte surpreendente da reunião foi a sugestão do ministro para que se restrinja no período eleitoral a circulação de armas pelos chamados CACs (caçadores, atiradores e colecionadores), que tiveram facilitada a compra de armas e munições no governo de Jair Bolsonaro. Surpreendente porque, em tese, não há motivo para caçadores, atiradores e colecionadores circularem armados no dia da eleição. A decisão cabe à Justiça e não às polícias.
A ideia não saiu da cabeça do ministro. Em julho, partidos de oposição pediram ao Supremo Tribunal Federal que o uso de armas seja restrito às forças de segurança. A demanda ainda não foi julgada.
ALIÁS
Além dos locais de votação, a Secretaria da Segurança do RS definiu outras 20 áreas e situações que merecem atenção no dia do pleito. Entre elas, hotéis, aeroportos, rede elétrica, fibra ótica e internet, Tribunal Regional Eleitoral, cartórios e locais de totalização dos votos.
Inspiração em Getulio Vargas
Para poder cumprir o ritual de reverenciar a memória do ex-presidente Getulio Vargas nos 68 anos de sua morte, nesta quarta-feira (24), em Porto Alegre, o candidato do PDT ao Planalto, Ciro Gomes, cumpriu uma verdadeira maratona.
Ele, que na véspera deu entrevista ao Jornal Nacional, no Rio de Janeiro, teve compromisso pela manhã em Curitiba e desembarcou na capital gaúcha às 14h. Gravou entrevista para o Gaúcha Atualidade, que vai ao ar nesta quinta-feira (25) por volta das 8h20min, participou do ato junto à carta-testamento na Praça da Alfândega, fez caminhada pela Rua da Praia e, menos de quatro horas depois de desembarcar, voou para São Paulo.

Acompanhado pela esposa, Gisele, e pelos candidatos do PDT a governador, Vieira da Cunha, e do Avante a senador, Professor Nado, Ciro não escondia a satisfação com a repercussão positiva de sua participação no telejornal de maior audiência do país.
— Eu preciso de espaço para mostrar minhas propostas e quebrar essa polarização sem sentido que se criou no país. O espírito do primeiro turno é votar no candidato com o qual a gente se identifica. No segundo, sim, vamos por eliminação.
A deputada Juliana Brizola, que também acompanhou o candidato na agenda em Porto Alegre, teve o cuidado de distribuir farto material de propaganda no canteiro da Avenida Erico Verissimo, em frente ao prédio do Grupo RBS.