O ano em que a Seleção teria Carlo Ancelotti, não teve Ancelotti, mas teve demissão de Fernando Diniz, sucedida pelo anúncio de Dorival Júnior, queda para o Uruguai nas quartas de final da Copa América e empate com a Venezuela termina com novo empate com os uruguaios, vaias na Fonte Nova e o quinto lugar nas Eliminatórias.
O 1 a 1 na noite desta terça-feira (19) apresentou um futebol não apenas abaixo dos dias mais gloriosos do Brasil, mas também de atuações menos relevantes. Com 18 pontos, a Seleção está atrás da líder Argentina, com 25, Uruguai (20), Equador (19) e Colômbia (19). O time de Dorival Júnior termina o ano com mais empates do que vitórias (7 a 6) e uma derrota.
A CBF, agora, terá tempo para refletir sobre o que fazer para o restante do ciclo até a Copa dos Estados Unidos, Canadá e México. A equipe brasileira volta a jogar apenas em março, quando enfrentará Colômbia e Argentina.
O jogo
O relógio já apontava 40 do primeiro tempo quando se imaginou que a solução dos problemas do Brasil viria em forma de replay. Vinicius Júnior foi parado na meia-lua. Raphinha, pelo segundo jogo seguido, poderia desafogar o futebol da Seleção Brasileira em um cobrança de falta. Mas não repetiu a precisão que resultou em gol contra a Venezuela. O chute saiu engasgado, desviou na barreira. Foi o primeiro “grande” momento do Brasil na noite.
Não à toa, a Fonte Nova não encheu para ver o time de Dorival Júnior. E quem foi teve pouca oportunidade de encher o peito para explodir em grito de euforia. O goleiro colorado Rochet precisou usar as mãos apenas nos acréscimos, quando Raphinha cobrou escanteio. A bola encontrou a cabeça de Igor Jesus. O cabeceio foi salvo pelo goleiro uruguaio. Foi tudo o que o Brasil produziu em quase 50 minutos de algo longe de ser o futebol brasileiro.
O Uruguai produziu ainda menos, mas teve êxito ao controlar o adversário. O que fez com que Vinicius Junior não fosse o mesmo do Real Madrid. Raphinha não fosse aquele do Barcelona. Gerson não repetisse o que faz no Flamengo e assim por diante, passando por todas as posições de linha.
Segunda etapa
Dorival parece ter gostado do que viu, tanto que não mexeu na formação para o início do segundo tempo. O que mudou foi o posicionamento de Vinicius Júnior, agora por dentro, com Raphinha pelo lado. O atacante do Real teve a chance de abrir o placar. Ingressou na área e bateu cruzado aos 7 minutos. A bola passou perto da trave. O lance se constituiu e uma espécie de resposta do time. Instantes antes, as vaias ecoaram no ouvido dos jogadores durante longa troca de passes do Uruguai.
O chute de Valverde, dois minutos depois, piorou a situação. O Brasil não conseguiu afastar a bola contundência que rondou a área brasileira até cair no pé do meia do Real Madrid. Um chutaço que estufou a rede.
A resposta do Brasil foi com o ingresso de Martinelli no lugar do lateral Abner e de Luiz Henrique no de Igor Jesus. O Brasil empatou e quase virou instantes depois. Gerson, de voleio fora da área, igualou aos 16. Depois, Martinelli, de virada, parou em Rochet.
Estêvão ainda entrou para jogar o time mais para frente. A revelação do Palmeiras tentou sem sucesso dar a vitória ao Brasil.
Eliminatórias — 12ª rodada — 19/11/2024
BRASIL (1)
Ederson; Danilo, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Abner (Martinelli, 12’/2ºT); Bruno Guimarães (André, 40’/2ºT), Gerson (Lucas Paquetá, 40’/2ºT), Raphinha, Savinho (Estêvão, 27’/2ºT) e Vini Júnior; Igor Jesus (Luiz Henrique, 12’/2ºT). Técnico: Dorival Júnior
URUGUAI (1)
Sergio Rochet; Guillermo Varela, José Giménez, Mathias Olivera e Marcelo Saracchi; Manuel Ugarte; Rodrigo Betancour e Federico Valverde; Facundo Pellistri (Puma Rodríguez, 20’/2ºT), Darwin Nuñez (Rodrigo Aguirre) e Maxi Araujo (Cristian Oliveira, 36’/2ºT). Técnico: Marcelo Bielsa
GOLS: Valverde, aos 9min, e Gerson, aos 16min do 2ºT
CARTÕES AMARELOS: Raphinha, Lucas Paquetá e Gabriel Magalhães (B);Ugarte e Varela (U)
ARBITRAGEM: Piero Maza, auxiliado por Claudio Urrutia e Jose Retamal. VAR: Juan Lara (quarteto chileno)
LOCAL: Arena Fonte Nova, em Salvador (BA)