Ainda não é oficial, mas 7% é o índice mais provável de correção do salário mínimo regional no Rio Grande do Sul, um dos principais projetos a serem votados pela Assembleia Legislativa neste semestre. Se o percentual se confirmar, a primeira faixa subirá de R$ 1.305,56 para R$ 1.396,95 — acréscimo de R$ 91,39. Já a última faixa passará de R$ 1.654,86 para R$ 1.770,70 — aumento de R$ 115,84.
O governo ainda não apresentou os números aos aliados nem às entidades empresariais e sindicais, o que deve ocorrer nos próximos dias. O índice de 7% é um meio termo entre o zero pretendido pelas empresas e o aumento real pleiteado pelos trabalhadores em um cenário de inflação acumulada em 12 meses na casa dos dois dígitos.
As federações empresariais contestam não só o reajuste como gostariam que o piso regional fosse extinto e vigorasse apenas o salário mínimo nacional. Todos os últimos governos rejeitaram essa ideia e propuseram algum reajuste anual, com exceção de 2020, quando ficou congelado por causa da pandemia.
O Fórum das Centrais Sindicais encaminhou ofício ao presidente da Assembleia, Valdeci Oliveira, pedindo reunião com ele e com os líderes de bancada para tratar da fixação do piso regional de 2022, que deveria ter ocorrido no início do ano.
Na carta, os sindicalistas reclamam que nos últimos quatro anos o reajuste ficou abaixo da inflação em 2019, não teve reajuste em 2021 e foi corrigido pela inflação no final de 2021, mas sem pagamento do período retroativo devido.
“Ainda em dezembro de 2021, tivemos o compromisso assumido pelo Governo do Estado, através da Casa Civil, que resultou em inúmeras reuniões realizadas no primeiro semestre de 2022, sendo algumas patrocinadas pelo Presidente do Poder Legislativo. Em todas as ocasiões apresentamos estudos atualizados elaborados pelo Dieese e pelo Fórum das Centrais do RS, demostrando a triste realidade de mais de 1,5 milhão pessoas que dependem da ação efetiva do Estado. Entendemos que o nosso parlamento possa sensibilizar o governo neste momento em que mais da metade da população não consome diariamente alimentos na quantidade necessária e que 1/3 dos gaúchos passam fome e vivem em situação de miséria absoluta”, diz a carta assinada por Guiomar Vidor, presidente estadual da Central dos Trabalhadores do Brasil.