Quem ganhou o debate da Rádio Gaúcha? O eleitor que durante uma hora e 50 minutos acompanhou as manifestações de Edegar Pretto (PT), Eduardo Leite (PSDB), Luis Carlos Heinze (PP), Onyx Lorenzoni (PL), Ricardo Jobim (Novo), Roberto Argenta (PSC), Vicente Bogo (PSB) e Vieira da Cunha (PDT). A resposta é um clichê que, neste caso, vale a pena usar. Porque certamente cada eleitor que já tem candidato achará que o seu foi o melhor. Os indecisos tiveram a oportunidade de ouvir para definir seu voto ou fazer o primeiro "paredão", eliminando os que não convenceram.
Quem acompanha um debate para ver candidatos de dedo em riste ou fazendo pegadinhas para desqualificar o adversário pode ter ficado frustrado com o que ouviu ou assistiu na Rádio Gaúcha na manhã desta terça-feira (16), primeiro dia de campanha eleitoral. Sim, o debate foi morno, ninguém atacou a moral de ninguém e o que chamamos de VAR (a assessoria jurídica) não foi acionado para analisar pedidos de direito de resposta. A mediadora, Andressa Xavier, conduziu o programa de forma serena, e os candidatos respeitaram o tempo de fala.
Era exatamente isso que se esperava do primeiro embate entre os candidatos depois de iniciada a campanha. Em vez de conflito, com ataques pessoais, confronto de ideias, respostas às perguntas dos ouvintes e dos representantes de setores convidados a questioná-los. Se as respostas não foram profundas, debite-se parte da responsabilidade ao tempo exíguo, já que eram oito candidatos no palco (todos os que representam partidos ou coligações com pelo menos cinco deputados na Câmara).
Foi interessante constatar que quase todos os temas sugeridos pelos assinantes convidados a assistir ao debate foram contemplados, seja nas perguntas de um candidato para outro, seja nas questões formuladas pelos líderes de setores representativos da sociedade. Faltou o “como fazer” para que as boas ideias saiam do papel.
Nas entrevistas que o Gaúcha Atualidade vai realizar nos próximos dias será possível aprofundar os temas que ficaram na superfície. Na educação, por exemplo, o que mais se ouviu foi valorização dos professores, reconstrução de escolas, turno integral e projetos para melhorar os índices de aprendizagem. O “como fazer” ficará para as entrevistas, nas quais todos terão tempo para explicitar seus projetos.
Informados de que que o GDI (Grupo de Investigação) da RBS estava acompanhando para checar o que diziam fez com que a maioria tomasse cuidado com números e informações. Mesmo assim, os repórteres do GDI tiveram trabalho e continuarão tendo quando começar o horário eleitoral.
ALIÁS
Por estar em primeiro lugar na pesquisa do Ipec, com 32% das intenções de voto, Eduardo Leite (PSDB) foi mais uma vez o alvo dos adversários. Nada de surpreendente: esta é a sina de quem concorre à reeleição.
Campanha presidencial
Como já havia ocorrido no debate da Bandeirantes e no painel da Federasul, Onyx Lorenzoni (PL) repetiu à exaustão o nome do presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição. Edegar Pretto fez o mesmo com o ex-presidente Lula.
Os outros evitaram falar dos presidenciáveis, na ideia de que o foco deveria ser o que pretendem fazer se forem eleitos para governar o Rio Grande do Sul.