Contrário ao uso de recursos públicos nas campanhas eleitorais, o Partido Novo devolveu aos cofres públicos, nesta quarta-feira (1º), R$ 87,7 milhões do fundão eleitoral. A entrega foi formalizada em reunião com a secretária-geral da presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Christine Peter.
O pré-candidato a presidente pelo Novo, Felipe D’Avila, o presidente do partido, Eduardo Ribeiro, e os deputados federais foram ao TSE devolver o dinheiro, depois de se certificarem de que não iria parar nas contas dos outros partidos. Por princípio, o Novo também se recusa a utilizar recursos do fundo partidário e devolve seu quinhão aos cofres públicos.
— O Novo está dando exemplo, mais uma vez, mostrando por que é importante sair da indignação e partir para a ação. Assim, devolvendo dinheiro do pagador de impostos para o Tesouro Nacional, nós demonstramos a todos os demais partidos que não estamos apenas indignados com esse valor aprovado pelo Congresso Nacional, mas nós estamos também agindo para reverter aquela votação que o povo brasileiro repudiou — disse o deputado federal gaúcho Marcel van Hattem.
Nesta quarta-feira acabava o prazo para que os partidos abrissem mão do chamado fundão. O Novo nunca utilizou recursos do fundo eleitoral para financiar campanhas. Devolveu R$ 980 mil nas eleições de 2018 e R$ 36 milhões nas de 2020.
Na Câmara dos Deputados, Ribeiro disse que chegava a ser simbólico o prazo final para devolução coincidir com a data de entrega da Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF):
— O Brasil é de longe o país que mais gasta dinheiro público com campanha eleitoral. Existem três certezas: a morte, os impostos e que o Congresso Nacional vai aumentar o valor do fundão.
Felipe D’Avila disse que o partido está dando “exemplo de como zelar pelo dinheiro público” e que já elegeu 52 candidatos usando apenas dinheiro de contribuições de pessoas físicas:
— O Novo já provou que é possível financiar campanhas de partidos sem dinheiro público e vencer eleições.
D'Avila também criticou a falta de critérios para distribuição de recursos, que acabam ficando nas mãos dos presidentes de partidos e sendo direcionados aos candidatos mais ricos.
Leite conversa com Simone Tebet
Em Brasília para tratar do futuro do PSDB — e do seu próprio — o ex-governador Eduardo Leite teve nesta quarta-feira uma breve conversa com a pré-candidata do MDB a presidente, Simone Tebet. Disse o ex-governador:
— Vim a Brasília para conversar com nossos dirigentes do PSDB para ajudar na reflexão e encaminhamento do processo nacional e, também, para apresentar o quadro do Rio Grande do Sul, sobre o qual estou mais focado. São conversas para ajudar na tomada de decisão, mas sem encaminhamentos formais, ainda.
Os dois devem se encontrar novamente durante a visita dela ao Rio Grande do Sul para uma conversa mais aprofundada.
Apesar de Leite não assumir a candidatura ao Piratini, os dirigentes nacionais do PSDB não pedem segredo quando conversam com os líderes do MDB. Condicionam o apoio a Simone Tebet à aliança no Rio Grande do Sul e em Pernambuco, tendo os tucanos Eduardo Leite e Raquel Lyra como candidatos a governador em seus respectivos Estados.