
A eleição para o governo do Rio Grande do Sul contrasta com a sucessão presidencial pela ausência de um favorito. Com uma dezena de pré-candidatos, ninguém tomou dianteira sólida nas pesquisas. Os candidatos terão quatro meses para crescer e aparecer.
Pelo histórico das últimas eleições, ninguém tem motivos para soltar foguetes nem para entrar em desespero: o segundo turno é um filme que ainda está com final em aberto.
O exemplo de 2002 é o que mais anima os candidatos que, nas próprias pesquisas internas, aparecem com baixos índices de intenção de voto, principalmente os que, por não estarem na vitrine, têm rejeição insignificante. Até o início da propaganda eleitoral, Rigotto estava na faixa dos 2%. Acabou atropelando Antônio Britto (PPS) e Tarso Genro (PT), que pareciam garantidos no segundo turno. Disputou a final com Tarso e venceu.
Em 2006, as pesquisa indicavam segundo turno entre Rigotto, candidato à reeleição, e Olívio Dutra (PT), mas o então governador ficou fora do segundo turno e Yeda Crusius (PSDB), que anos antes não conseguira se eleger prefeita de Porto Alegre, venceu.
Quatro anos depois MDB e PDT somaram forças, montaram uma aliança que consideraram imbatível pelo número de prefeitos, vereadores, diretórios municipais e filiados. Tarso Genro ultrapassou José Fogaça, que tinha Pompeo de Mattos como vice, e ganhou no primeiro turno.
Em 2014, o azarão era José Ivo Sartori (MDB), numa eleição que se encaminhava para a classificação de Tarso e Ana Amélia Lemos (PP). Sartori disputou a final com Tarso e venceu.
Em 2018, as primeiras pesquisas mostravam Sartori e Miguel Rossetto à frente, mas quem chegou em primeiro foi Eduardo Leite (PSDB), seguido pelo governador. No segundo turno, Leite foi o vitorioso.
Uma só família
A rivalidade política entre as famílias Hermany e Moraes foi deixada de lado nesta segunda-feira em Santa Cruz do Sul.
A prefeita Helena Hermany (PP) e o deputado federal Marcelo Moraes (PL) festejaram investimento de R$ 15 milhões em obras no município. São R$ 10 milhões em emendas de Marcelo e R$ 5 milhões em contrapartidas da prefeitura.
— Aqui, na gestão pública, somos uma só família: a de Santa Cruz do Sul — disse a prefeita.
Marcelo é filho do ex-prefeito e ex-deputado federal Sérgio Moraes, que por muitos anos foi um dos homens fortes do PTB, e enteado da deputada estadual Kelly Moraes.