A cerimônia de filiação do vice-governador Ranolfo Vieira Júnior ao PSDB, no Hotel Plaza São Rafael, só não foi mais concorrida porque a pandemia limitou o número de participantes. Os principais líderes tucanos fizeram questão de prestigiar a filiação do delegado, que acumula as funções de vice-governador e de secretário da Segurança Pública. Políticos de outros partidos, como Frederico Antunes e Leonardo Pascoal, prefeito de Esteio, ambos do PP, também passaram pelo local.
Ranolfo foi recebido com música: ao pandeiro, o governador Eduardo Leite acompanhou a interpretação de Casinha Branca, música que diz “eu queria ter na vida, simplesmente, um lugar de mato verde, pra plantar e pra colher”.
Ranolfo deixou o PTB por desavenças com o presidente nacional do partido, Roberto Jefferson, quando este fez ataques homofóbicos ao governador Eduardo Leite. Insultados por Jefferson, Ranolfo e outros líderes do PTB gaúcho entenderam que era hora de sair. Nem todos irão para o PSDB, mas a expectativa do vice-governador é que estejam na mesma trincheira na eleição de 2022.
O vice sonha em ser o candidato de Leite ao Piratini, mas tudo vai depender do resultado da prévia do PSDB. Se o governador gaúcho for o escolhido, terá que buscar alianças com outros partidos e pode precisar ceder a vaga de candidato a um partido aliado. Se perder, Leite garante que, mesmo assim, não será candidato à reeleição e cumprirá o mandato até o fim, o que liberaria Ranolfo para concorrer a outro cargo.
No discurso, Ranolfo disse que em toda a sua carreira, de delegado de polícia a vice-governador, sempre teve uma palavra que o acompanhou: desafio:
— A data de hoje não é diferente. É um dia muito importante e desafiador para mim.
Depois de citar os desafios que teve na carreira policial e, agora, à frente da Secretaria da Segurança, Ranolfo passou a elogiar o PSDB:
— É o partido que criou o Plano Real, implementou diversos programas sociais que estão em execução até hoje, consolidou o SUS e desempenhou a melhor gestão da história do Ministério da Saúde no Brasil. É um partido com nomes históricos, como o presidente Fernando Henrique Cardoso, os ex-governadores Tasso Jereissati, Geraldo Alckmin, Yeda Crusius e os saudosos Franco Montoro e Mario Covas. E com nomes que, além de representarem o presente, significam o futuro, como o governador Eduardo Leite.
O vice destacou outros líderes do PSDB e gastou alguns minutos para falar de sua relação com Leite, amigo com quem mantém “uma convivência leal e respeitosa”:
— Temos uma relação de amizade que tem proporcionado belos exemplos para mim, não só de gestão e articulação, por estar ao lado de um político com visão, mas de humanidade, por estar ao lado de uma pessoa com um coração gigante e bondoso.
Antes de encerrar, Ranolfo destacou as conquistas do governo e puxou o tema da eleição presidencial, dirigindo-se ao governador:
— O Brasil precisa de uma liderança da sua estirpe, meu jovem e promissor Eduardo Leite. Um democrata de verdade, que age ao mesmo tempo com força e equilíbrio. Um líder plural para um país plural. Um verdadeiro amigo da liberdade de iniciativa, do combate à burocracia e aos privilégios, uma um amigo da responsabilidade com as contas públicas, da luta sem trégua contra as desigualdades e da promoção da justiça social.