As 181 mudas de flores plantadas nos canteiros que representam os cinco eixos do Pacto pela Paz, em Pelotas, não estão ali ao acaso para enfeitar a cidade. São a representação simbólica das vidas poupadas nos quatro anos de vigência do pacto, comemorados nesta quarta-feira (11). A prefeita Paula Mascarenhas (PSDB), explica o sentido:
— Quando lançamos o pacto, entregamos 68 vasinhos de flor entre as 600 pessoas que na manhã chuvosa de 11 de agosto de 2017 participaram daquele ato. Cada uma representava as 68 vidas perdidas em homicídios nos 12 meses anteriores. Hoje invertemos: as flores representam as 181 vidas que o pacto salvou nos últimos quatro anos.
O balanço apresentado pela prefeita mostra que houve redução em todos os índices de criminalidade. No comparativo dos primeiros semestres de 2017 a 2021, os homicídios dolosos e latrocínios caíram 89%. Essa queda também foi verificada no roubo a pedestre e a transporte público e coletivo: de 74% e 95%, respectivamente.
Quatro anos depois, Paula diz estar mais convencida do que nunca do acerto de ter unidos todos os setores da sociedade pelotense para enfrentar a criminalidade, não apenas com polícia na rua, mas com prevenção e investimentos na área social, na educação e na cultura. A integração entre Brigada Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, com o compartilhamento de informações, é um dos segredos dos bons resultados.
Um dos focos, a ressocialização de presos, também é considerado um sucesso. O projeto, que começou quando Eduardo Leite era prefeito e os presos foram chamados para recuperar unidades básicas de saúde, foi ampliado, e hoje eles prestam serviços em quase todas as secretarias.
Na Apac, sistema em que o presídio é gerenciado pelos próprios presos (condenados por crimes de menor potencial ofensivo), um jovem que está em recuperação foi aprovado na seleção para ingresso na Universidade Federal de Pelotas, graças à boa pontuação no Enem, e vai cursar Educação Física.