Escalado pelo então prefeito José Fortunati para cuidar da recuperação do Mercado Público em 2013, quando era vice-prefeito, Sebastião Melo assumiu a prefeitura em janeiro e, oito anos depois do incêndio, tenta concluir a obra inacabada. Nesta sexta-feira (13), Melo ciceroneou o ministro do Turismo, Gilson Machado, em um passeio pelo Mercado Público e pediu R$ 11,5 milhões para terminar a recuperação do prédio, um dos símbolos da Capital.
O ministro não disse sim nem não à demanda. Deu a resposta clássica de que estará firmemente empenhado em atender ao pedido, mas precisa verificar se há disponibilidade no orçamento. À época do incêndio, a recuperação foi orçada em R$ 20 milhões. A prefeitura recebeu R$ 9 milhões por meio do projeto Monumenta, mais R$ 6 milhões do seguro, mas até hoje o segundo andar segue interditado.
Melo garantiu mais R$ 6 milhões da Multiplan, como contrapartida a um dos projetos da empresa. O dinheiro permitirá reabrir o segundo andar, mas será insuficiente para todas as obras estruturais necessárias, detalhadas em ofício entregue ao ministro.
Gilson Machado também não deu esperança de atender ao pedido dos líderes empresariais que pleitearam recursos para a construção de um centro de eventos. Como havia dito mais cedo na entrevista à Rádio Gaúcha, o problema é de orçamento.
Pé trocado
Uma curiosidade marcou a visita do ministro Gilson Machado a Porto Alegre. Na visita ao Mercado Público, o ministro manifestou interesse em comprar um par de botas. O prefeito Sebastião Melo achou que fosse uma bota típica de gaúcho, mas não: Gilson Machado queria uma botina.
Como bom anfitrião, Melo acompanhou o convidado pelas lojas de calçados. Nas duas primeiras, não encontrou o que procurava. Na terceira, agradou-se de uma botina de couro. Melo sugeriu que o secretário de Planejamento, Cezar Schirmer, pagasse os R$ 250. Conhecido como pão-duro, Schirmer disfarçou e saiu pela tangente.
Melo pagou e o ministro saiu calçando o presente. Andou alguns metros e foi interceptado por uma funcionária da loja, avisando que ele tinha saído com um pé 42 e outro 43 e precisava voltar para fazer a troca.
