O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Fora da divisão de cargos com partidos aliados nos governos de Nelson Marchezan e Sebastião Melo, a Companhia de Processamento de Dados do Município de Porto Alegre (Procempa) dá sinais de que deixou para trás a época em que frequentava páginas policiais. Com a proposta de valorizar as entregas feitas pela companhia e impedir novos casos de corrupção, a gestão atual da empresa trabalha para recuperar a autoestima dos servidores e obter certificação externa de compliance.
À frente da companhia desde o dia 28 de janeiro, a advogada Leticia Batistela decidiu mudar a cultura da empresa, conhecida na prefeitura em épocas passadas pela expressão "não dá". Promoveu uma incursão dos secretários municipais na estatal e ensinou a todos sobre como contratar e dispensar serviços, além explicar como funciona a estrutura da empresa.
Apoiadora da lei que dispensou o "aceite" da Procempa para a contratação de serviços de tecnologia (conhecida como a quebra de monopólio), Leticia rejeita a hipótese de que a concorrência com o mercado enfraqueça a estatal:
— Nosso objetivo é de que a prefeitura compre da Procempa porque ele entrega, porque é boa, não por ser obrigatório o por dificuldade de comprar o que é de fora — afirma.
Para que as lembranças dos esquemas de corrupção fiquem para trás, a companhia deve iniciar neste ano um processo de auditoria para obter certificação em compliance - a expressão tem origem no termo em inglês “to comply”, que significa “agir de acordo com as regras”.
Em caso de sucesso, será a primeira empresa pública municipal de tecnologia com certificação em compliance no país.
Embora tenha enfrentado uma greve de quase 60 dias, que teve adesão de cerca de 40% do quadro, a direção da Procempa não rompeu as pontes e mantém o objetivo de elevar a autoestima dos funcionários. Uma das primeiras providências foi expor os troféus recebidos pela empresa, antes escondidos em caixas em um depósito.
Ao mesmo tempo, há disposição de estabelecer uma cultura de valorização das realizações e das entregas feitas pelos servidores.
— O pessoal não está acostumado a ouvir elogios, a brilhar, a aparecer. Estamos criando a cultura de que os funcionários compartilhem suas realizações, para que todos da empresa fiquem sabendo — diz a diretora técnica da estatal, Débora Roesler.
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