Após 54 dias de greve, trabalhadores da Companhia de Processamento de Dados de Porto Alegre (Procempa) decidiram, nesta quarta-feira (21), encerrar a paralisação. A categoria aceitou o acordo proposto pela direção da empresa, que prevê reposição de 3% nos salários e benefícios a partir de janeiro de 2022. Uma nova correção, de 3,76%, será negociada em maio.
O acordo ainda prevê o pagamento dos dias parados, desde que os trabalhadores recuperem as horas não trabalhadas durante a greve. No início da mobilização, o prefeito Sebastião Melo decidiu cortar o ponto dos grevistas.
Mais cedo, o prefeito havia publicado um vídeo com críticas aos servidores e atribuiu aos grevistas a responsabilidade por problemas enfrentados em sistemas da prefeitura, como o telefone 156.
— Se o senhor receber sua conta errada, é culpa dessa greve, a conta da água. Se o senhor ligar para o 156 e não for atendido, é culpa desses grevistas de um terço da Procempa. Se o senhor quiser pagar os seus impostos e não conseguir pagar, é culpa desses grevistas liderados por um sindicato irresponsável, corporativista, que está preocupado com vida partidária e não com o interesse da cidade — disse Melo.
Em contraponto, a diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados do RS, Vera Guasso, argumentou que os trabalhadores estavam sem reajuste há cinco anos e, por essa razão, a Procempa estaria perdendo quadros qualificados. Segundo ela, todos os serviços essenciais foram mantidos durante a greve.
— É uma declaração desrespeitosa, autoritária e antidemocrática e que desrespeita o direito de greve, que o partido dele (MDB) defendia no passado — afirmou Vera.
Com o fim da greve, todos os servidores devem retornar ao trabalho nesta quinta-feira (20).
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