O Brasil tem um dos piores índices de mortalidade por coronavírus no mundo — 222,56 óbitos a cada 100 mil habitantes, pelos dados de quinta-feira (3). É um número superior ao da Argentina (175,5), do Paraguai (131,73) e do Uruguai (126,49). Passa longe a Itália, que ao longo de 2020 ostentou os números mais alarmantes e hoje está em 208,86 por 100 mil. No Rio Grande do Sul, como a coluna já mostrou, os índices são piores do que a média nacional (250,36), mas ao mergulhar nos dados das regiões e das cidades é que se tem um retrato da gravidade da situação.
Há, no momento, 14 municípios com taxas superiores a 400 mortos por 100 mil habitantes no Estado, a maioria de pequeno porte, e um (Cidreira) com 399,9. O caso mais gritante é o de Pirapó, na região Noroeste, com 2.254 habitantes e 14 mortes, o que eleva o índice para 607,6 por 100 mil.
Com 4.812 mortes até quinta, Porto Alegre supera de longe a média do Estado, com 324,3 óbitos por 100 mil habitantes, depois de ter passado todo o ano de 2020 como exemplo para o Brasil. O número explodiu a partir do final de fevereiro, com a entrada da variante P.1 e o colapso na rede hospitalar.
A situação da Capital não é a pior na Região Metropolitana, nem entre os maiores municípios do Estado. Esse lugar no indesejado ranking cabe a Canoas, terceira cidade mais populosa do Estado, com 413,4, mais que o dobro de Caxias do Sul, a segunda maior (197,3).
O prefeito de Canoas, Jairo Jorge (PSD), diz que o problema do município foi não ter adotado antes um programa de testagem em massa para isolar os contaminados e impedir a propagação do vírus.
Em Esteio, outra importante cidade da Região Metropolitana, o índice é de 409,8. O prefeito Leonardo Pascoal (PP) atribui o alto índice ao fato de a cidade ser uma das que mais testam na Região Metropolitana:
— Como testamos mais, os números são mais precisos do que em municípios que, por não fazerem o exame, registram as mortes como síndrome respiratória aguda grave ou com a doença preexistente, mesmo que a pessoa tenha se contaminado.
Pascoal diz que é importante comparar os óbitos totais. No primeiro quadrimestre deste ano, comparado ao mesmo período de 2019, Esteio teve um aumento de 98,25% nos óbitos, enquanto Cachoeirinha teve 147,74%, Canoas, 136,2%, Gravataí, 135,44% e Sapucaia do Sul 117,37%.
Experimente um jeito mais prático de se informar: tenha o aplicativo GZH no seu celular. Com ele, você vai ter acesso rápido a todos os nossos conteúdos sempre que quiser. É simples e super intuitivo, do jeito que você gosta.
Baixe grátis na loja de aplicativos do seu aparelho: App Store para modelos iOS e Google Play para modelos Android.