A Procuradoria Geral do Município de Novo Hamburgo comunicou ao Ministério Público a denúncia recebida de “fura fila” na vacinação contra a covid-19 por parte da empresa Farmácias Hamburguesa. Ao mesmo tempo, abriu sindicância interna para apurar os fatos.
O empresário Paulo Kopschina, proprietário da Hamburguesa, rede com 14 lojas e 138 empregados, encaminhou à coluna cópia do documento em que lista as 10 pessoas ligadas à empresa Servicon indicadas para receber a vacina. Na declaração, datada de 9 de abril, com firma reconhecida em cartório, Kopschina atesta que os 10 prestam serviços de assessoria e apoio administrativo às Farmácias Hamburguesa Ltda. Cita, também, trecho da instrução normativa da prefeitura que embasaria a vacinação de prestadores de serviços de contabilidade e advocacia.
Kopschina agarra-se ao parágrafo que cita as farmácias e drogarias entre as atividades cujos funcionários que teriam direito à vacina naquele dia, especificando as funções: “recursos humanos, telefonia, almoxarifado, farmácia, informática, finanças, compras, vendas, gestão de patrimônio, secretarias, comunicação, segurança, higienização, transporte, qualidade, assessoria administrativa e áreas afins”.
À coluna, o empresário disse que além das 10 pessoas da Servicon, que trabalham em outro endereço, mas manuseiam documentos de suas farmácias, indicou para vacinação três prestadores de serviço de informática que atuam na sede da sua empresa, mas sem contato com o público.
O empresário relata que desde o início da pandemia sua rede de farmácias registra “736 dias de atestados”. Nessa conta estão os funcionários que testaram positivo, os que foram isolados por ter contato com os contaminados e os que ficaram afastado por suspeita de covid-19. O dono do escritório, Rafael Eckhard, sobrinho de Kopschina e um dos vacinados, também teve covid-19.
A Vigilância em Saúde do município confirma que, entre os documentos exigidos para vacinação de determinados públicos contemplados, está a declaração de vínculo emitida pelo empregador, registrada em cartório, contendo razão social e nome fantasia do serviço de saúde, número do CNES, endereço do serviço de saúde, nome completo, CPF ou RG do funcionário e data atual.
A declaração apresentada pela farmácia, que inclui pessoas não contempladas no público-alvo, segundo o entendimento da prefeitura, também está sendo encaminhado ao Ministério Público.
A prefeitura reforça que deixa o mais claro possível o grupo de pessoas contempladas em cada etapa da vacinação e a documentação exigida e que este público é definido pelo Ministério da Saúde. Enfatiza ainda que todo o processo de vacinação no município é realizado de forma transparente e amplamente divulgado.
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