Está inaugurada a nova ponte do Guaíba, sonho de décadas para os gaúchos que vivem dos dois lados do lago. Com essa obra, que já dura cerca de seis anos e ainda não está 100% concluída, o Rio Grande do Sul muda de patamar em matéria de infraestrutura, porque os congestionamentos na ponte móvel eram um tormento para quem usa a BR-116 e um entrave ao desenvolvimento.
Combinada com a duplicação da BR-116, que teve novos trechos liberados pelo presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira histórica, a ponte será um fator decisivo para a competitividade do Estado. Falta a duplicação da BR-290, a partir de Eldorado do Sul, mas essa o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, já adiantou que só ocorrerá a partir de 2022 quando for repassada à iniciativa privada, no próximo pacote de concessões. Caberá ao vencedor da licitação a conservação da BR-116, a duplicação e conservação do trecho Eldorado do Sul-Pantano Grande e a manutenção da nova ponte.
Os gargalos de logística no Estado só serão plenamente eliminados quando estiver completa a duplicação da BR-386, sob responsabilidade da CCR Via Sul no trecho Canoas-Carazinho, as hidrovias forem melhor aproveitadas e as ferrovias receberem os investimentos necessários.
No discurso de inauguração, o ministro Tarcísio destacou, com conhecimento pleno da situação do Estado, essas e outras obras de forte impacto na infraestrutura. E destacou a orientação do governo para concluir obras iniciadas antes de começar novas. Assim tem de ser, porque obras públicas não são propriedade de governo A ou B, mas contratos que devem ser honrados. É um avanço diante do histórico de elefantes brancos abandonados em todo o Brasil por falta de continuidade.
Sem citar o nome de Dilma Rousseff e Michel Temer, em cujos governos a ponte chegou a 70%, Bolsonaro ressaltou a importância de inaugurar uma obra que “não começou conosco”.
– Vamos terminar todas as que forem possíveis de ser terminadas. É mais proveitoso terminarmos obras do que começar outras.
Marketing do ICMS
O foco era a inauguração da ponte, mas o governador Eduardo Leite aproveitou os holofotes e a presença de políticos para defender as reformas aprovadas no Estado e pedir apoio ao projeto que renova as alíquotas de ICMS majoradas em 2015 e vigentes desde 2016.
Disse que o Estado não pode abrir mão de receita agora, sob pena de prejudicar investimentos e os serviços públicos:
– Se o Estado colapsar nas suas contas públicas, quem vai pagar é o cidadão. Precisamos associar as obras federais às estaduais.