A prefeitura de São Paulo determinou o cancelamento de todos os eventos com grande aglomeração de público na cidade. A medida vai de espetáculos culturais a competições esportivas, passando por encontros governamentais, políticos, científicos e comerciais. No Rio Grande do Sul, o governo resiste em adotar medidas mais drásticas de isolamento, com a justificativa de que ainda não há confirmação de transmissão local do coronavírus.
Como está comprovado que o isolamento é a melhor forma de conter a disseminação do vírus, cresce a preocupação com a demora em suspender eventos com a presença de grande público.
Na quinta-feira (12), dia em que foi realizado o Gre-Nal, a Conmebol anunciou a suspensão dos próximos jogos da Libertadores da América. A Federação Gaúcha de Futebol decidiu realizar jogos com portões fechados. São iniciativas que se juntam às de outras instituições, mas o poder público resiste em radicalizar as restrições. Para isso, tem o aval do Ministério da Saúde, mas vai na contramão de outros Estados.
O governo do Rio de Janeiro determinou o fechamento das escolas por 15 dias. Proibiu, também, a realização de eventos e mandou fechar cinemas e teatros. O Distrito Federal já havia fechado as escolas por cinco dias – e deve estender o prazo da restrição.
O governador Eduardo Leite não descarta o fechamento de escolas, mas diz que ainda não é hora. Reforça que, por enquanto, o foco são as medidas preventivas, como evitar contatos desnecessários e fazer a higienização correta das mãos.
Na mesma linha, a prefeitura de Porto Alegre trabalha com a hipótese de suspender as aulas, mas o entendimento é de que isso deve ocorrer mais adiante, quando a circulação do vírus não estiver restrita a quem teve contato com viajantes.
Aliás
Com uma circulação diária de 4 mil pessoas, o Centro Administrativo está sob atenção especial do governo. Além de ampliar os canais de orientação dos funcionários, a limpeza dos banheiros passou a ser mais frequente.
Não é hora
Em nome do bom senso, a Federasul deveria repensar a reunião-almoço Tá na Mesa, com o governador Eduardo Leite, marcada para a próxima quarta-feira (18).
É tradição o governador abrir o evento todos os anos, em março, mas, em tempos de coronavírus, nada justifica uma reunião em que duas centenas de pessoas se espremem no salão nobre da Associação Comercial de Porto Alegre.