Culpa do plano de carreira
Convidado a falar na reunião-almoço da Federasul, na quarta-feira (20), o governador Eduardo Leite defendeu as medidas do pacote encaminhado à Assembleia. Reconheceu que não são simpáticas, mas disse que sem elas não haverá como equilibrar as contas, retomar o pagamento dos salários em dia e voltar a investir.
Leite atribuiu ao plano de carreira do magistério, vigente desde 1974, o achatamento dos salários dos professores. Disse que a mudança, por eliminar o efeito cascata, permitirá reajustes no futuro, quando a situação fiscal permitir.
Protestos se multiplicam
Iniciada na segunda-feira (18), a greve de professores em protesto contra o pacote que está na Assembleia paralisou centenas de escolas no Rio Grande do Sul. Os números da Secretaria da Educação e do Cpers são divergentes. O governo contabiliza cerca de 700 instituições de ensino afetadas, enquanto o sindicato sustenta que são mais de 1,5 mil.
Na sexta-feira (22) professores bloquearam a entrada de pelo menos sete coordenadorias de Educação, que só tiveram expediente externo. O sindicato dos professores afirma que os serviços foram suspensos em 16 unidades.
No dia em que esteve na Federasul, o governador Eduardo Leite precisou entrar por uma porta secundária para não passar pelo grupo que protestava na entrada principal.
Balança desequilibrada
Em meio à discussão do pacote do governador Eduardo Leite, um dado obtido pela coluna mostra que embora respondam por 61,3% das matrículas, os professores e servidores da área de Educação consomem somente 29,8% da folha de pagamento, porque têm uma das mais baixas médias salariais do Estado.
A área da segurança, com 22% dos servidores, fica com 38,8% do dinheiro da folha de pagamento, graças aos aumentos aprovados no governo de Tarso Genro (média de 79,9%) e pagos na gestão de José Ivo Sartori.
Partido da família
Lançada na quinta-feira (21), a Aliança pelo Brasil, novo partido do presidente Jair Bolsonaro, começa a colher assinaturas em uma corrida contra o tempo para obter registro a tempo de disputar a eleição de 2020.
A Aliança poderia ser chamada de Partido da Família Bolsonaro. Presidida por Jair Bolsonaro, tem como vice-presidente o senador Flávio Bolsonaro.
O filho Jair Renan, conhecido como Zero Quatro, integra a comissão provisória. Eduardo, deputado pelo PSL, e Carlos, vereador do PSC do Rio de Janeiro, não puderam sair agora para não correr o risco de perder o mandato, mas devem embarcar quando o partido estiver registrado.
Bomba-relógio no transporte coletivo
Temerosos de que o próximo aumento das passagens de ônibus provoque uma convulsão no país, prefeitos de capitais e das maiores cidades do Brasil estão propondo ao governo federal que conceda subsídios ao transporte coletivo urbano.
Com o aumento do custo de operação (só o diesel subiu 10% entre janeiro e outubro) e a redução do número de passageiros, decorrente do crescimento dos aplicativos, a previsão é de reajustes bem acima da inflação no início do próximo ano, o que pode provocar protestos como os de 2013.