Entra governo e sai governo, o que os professores gaúchos mais ouvem é que, por se tratar da categoria mais numerosa, seus reajustes têm impacto maior nas contas públicas. É fato que magistério e servidores de escola respondem pelo maior número de vínculos (61,3% ), mas ativos e inativos consomem 29,8% de toda a folha de pagamento do Estado.
Os funcionários vinculados à área da segurança pública são 22% das matrículas e ficam com 38,8% do dinheiro gasto com salários.
Até o final de 2014, os professores eram, de fato, os que mais pesavam na folha de pagamento. Com os aumentos aprovados no governo Tarso Genro (79,9% em média) e pagos ao longo da administração de José Ivo Sartori, a segurança passou a receber a maior fatia da massa salarial.
Se a folha de pagamento for pensada como uma pizza dividida em cem fatias, o magistério fica com 30 pedaços e a segurança com 39. O Judiciário leva 10, o Ministério Público, três, a Assembleia Legislativa e o Tribunal de Contas dividem quatro. As 14 restantes vão para os demais servidores, incluindo a Defensoria, a Fazenda e a Procuradoria-Geral do Estado.
O problema é que ao subdividir esse quinhão com os comensais, a fatia mais magrinha fica com os servidores do Executivo, que sequer recebem a sua porção em dia. Na segurança, ainda usando o exemplo da pizza, as fatias mais generosas vão para a Brigada Militar (14,31% dos vínculos e 23,% da folha do Estado) e a Polícia Civil (3,78% dos vínculos e 8,85% do dinheiro.
Com 10% da folha, o Judiciário tem 4,58% dos servidores. O Ministério Público divide seus 3,32% do dinheiro entre um grupo que não passa de 1,21% do total.
Aliás I
A média salarial na Secretaria de Educação é de R$ 3.023. Na Segurança, R$ 10.936, sendo:
- R$ 14.559 na Polícia Civil;
- R$ 12.050 no Instituto-Geral de Perícias (IGP);
- R$ 10.779 na Susepe;
- R$ 10.151 na Brigada Militar ;
Aliás II
A crise nas finanças criou um problema que pode comprometer o futuro do Rio Grande do Sul: o desinteresse pela carreira de professor. Quem vai escolher uma profissão em que o salário máximo não chega a R$ 4 mil na aposentadoria?