O Rio Grande do Sul vive um paradoxo. Enquanto os servidores do poder Executivo reclamam do atraso nos salários e protestam contra as mudanças nas carreiras, propostas pelo governador Eduardo Leite, pessoas aprovadas em concursos pressionam pela nomeação.
O apelo é maior entre os aprovados da área de segurança pública, especialmente da Brigada Militar e da Susepe, que cobram o cumprimento da promessa do vice-governador Ranolfo Vieira Júnior, de divulgar um calendário de chamamento.
O governo quer evitar nomeações até ter mais clareza de como pagar os servidores atuais, que ainda não receberam todo o salário de setembro.
Além da crise financeira, o Piratini tem outro motivo para frear as nomeações de novos servidores: a necessidade de ajustar o tamanho da máquina.
Para aderir ao regime de recuperação fiscal, que está sendo negociado com o governo federal, o Estado terá de se comprometer com a contenção das despesas de pessoal. Os secretários sabem que terão de fazer ajustes nos quadros.
Entre os aprovados, a mobilização é permanente nas redes sociais. Além de jornalistas, os perfis mais acionados são os de Leite e Ranolfo, com mensagens como "#CaosPrisional" e "Sem Nomeação, não existe ressocialização".