A eleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ), fruto de um acordo que envolveu 11 partidos, é uma boa notícia para o governo de Jair Bolsonaro. Por ser experiente e transitar sem maiores dificuldades em todo o espectro político representado na Câmara, será peça-chave na votação das reformas.
Além de ser do partido do chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, Maia é aliado do governo e defensor intransigente da reforma da Previdência. É, também, um homem leal. Foi com ele na presidência da Câmara que Michel Temer conseguiu aprovar o teto de gastos e a reforma trabalhista, além de escapar de duas denúncias do Ministério Público Federal.
Ter ajudado a livrar Temer de um processo no Supremo Tribunal Federal não é credencial para ninguém aos olhos da maioria dos eleitores, mas, do ponto de vista de quem governa, pesa a favor.
Como o processo exigiria que Temer se afastasse da Presidência e ele era o primeiro na linha de sucessão, ter conduzido a votação com imparcialidade foi entendida pelos pares como sinal de maturidade e de desprendimento.
Goste-se ou não de Maia, ele era a melhor opção entre os sete candidatos que se inscreveram para disputar a presidência. O apelido Botafogo, que o identificava nas listas de doações da Odebrecht, não chegou a abalar sua carreira, embora tenha feito uma votação modesta: 74.232 votos.