Vem de Brasília, cedida pelo Senado, onde é funcionária de carreira, a futura secretária de Planejamento do Rio Grande do Sul. Leany Barreiro de Sousa Lemos, 48 anos, professora universitária, mãe de três filhos, não é economista como a maioria dos que a antecederam no cargo.
Formada em Letras pela Universidade de Brasília, com pós-doutorado em Ciência Política pelas universidades de Oxford e Princeton, Leany foi anunciada nesta segunda-feira (10) pelo governador eleito Eduardo Leite, junto com mais dois nomes para o primeiro escalão.
Tânia Moreira será a secretária de Comunicação e Eduardo Cunha da Costa, 38 anos, o procurador-geral do Estado. Havia a previsão de anúncio de quatro nomes, mas só foram anunciados três até agora.
Leany foi secretária do Planejamento do governo de Rodrigo Rollemberg no Distrito Federal até abril deste ano. Saiu para concorrer ao Senado, mas acabou sendo substituída pela ex-jogadora de vôlei Leila Gomes de Barros Rêgo e hoje é a primeira suplente.
A escolha de Leany nasceu de uma consulta do economista Aod Cunha, feita a pedido de Leite, a partir da definição do perfil para o cargo. Seu nome foi avalizado por profissionais como Persio Arida e Pedro Nery, um dos economistas mais respeitados do Senado.
Feitas as sondagens e depois de só ouvir elogios ao trabalho de Leany, Leite foi a Brasília conversar com ela. A visão sobre a máquina pública, o ajuste feito em Brasília e a afinidade com o futuro secretário da Fazenda, Marco Aurélio Cardoso, pesaram na escolha.
Até agora, Leite indicou cinco secretários. Apenas Otomar Vivian (PP), futuro chefe da Casa Civil, é indicação política, mas foi escolhido pela experiência no relacionamento com o Legislativo e o Judiciário.
Tânia Moreira, 59 anos, era uma escolha natural. Jornalista experiente, foi secretária de Nelson Marchezan no início da gestão, coordenadora da campanha de TV de Leite e está trabalhando na transição desde o primeiro dia.
Futuro procurador-geral, Eduardo Cunha da Costa é, hoje, o número 2 da Procuradoria-Geral do Estado. Subprocurador para Assuntos Jurídicos, tem larga experiência em tribunais, estudou no Exterior e é considerado um dos procuradores mais qualificados do quadro da PGE, onde trabalha desde maio de 2007.
Entre 2011 e 2014, atuou no Tribunal de Contas do Estado como Agente Setorial e representante dos interesses da administração pública estadual. Em dezembro de 2016, assumiu como procurador-geral Adjunto para Assuntos Jurídicos. É doutorando em Direito pela Universidade de Roma, foi professor convidado da Universidade Columbia de Nova York e da Universidade Paris II.
— Estou muito feliz com a escolha. Procurador com quase 12 anos de carreira, sempre dedicado na busca de soluções para as questões institucionais e de Estado. É o reconhecimento do trabalho responsável e comprometido da atual gestão da PGE em prol da sociedade e em favor da recuperação do Estado do Rio Grande do Sul — elogia o atual procurador-geral, Euzébio Ruschel.
Consultado pela coluna, o chefe da Casa Civil, Cleber Benvegnú, endossa os elogios:
— É o melhor quadro da PGE. Jovem, respeitado por todos, preparação internacional, uma grande cabeça. A permanência do Eduardo, que é o atual adjunto, também é um reconhecimento à atual gestão.
Nos próximos dias deve ser anunciado o nome do secretário da Segurança Pública, que também virá de fora do Estado. Na quinta-feira, Leite e o vice-governador eleito, Ranolfo Vieira Jr., estiveram em São Paulo conversando com o preferido para comandar a Segurança Pública. A resposta deveria ter sido dada na noite de domingo, mas a informação é de que ainda estão conversando.
Os secretários da Educação e da Saúde só serão anunciados após as entrevistas com os pré-selecionados pela Agenda Brasil do Futuro, marcadas para sexta-feira. Serão oito sabatinados para a Educação e quatro para a Saúde. Desde a eleição, Leite vem dizendo que Saúde e Educação não entrarão na divisão de cargos com os partidos aliados. Outra secretaria que deverá ser de escolha pessoal do futuro governador é a de Ciência e Tecnologia.
Com a confirmação de Ricardo de Aquino Salles no Ministério do Meio Ambiente, está aberto o caminho para que Ana Pellini e Ana Amélia Lemos, as duas gaúchas que chegaram a ser cotadas para o cargo, integrem o secretariado. Empresários de diferentes setores pediram a Leite para manter Pellini e sua equipe na Secretaria do Meio Ambiente. Ela está na Polônia, participando da COP 24 e garante que não conversou com o governador eleito.
Ana Amélia deve ocupar uma secretaria especial em Brasília, com atribuições que incluirão relações institucionais e internacionais. Ter uma pessoa da estatura de Ana Amélia na capital federal significa poupar tempo e dinheiro com as constantes viagens de secretários a Brasília para tratar de assuntos vinculados ao Executivo, ao Legislativo e ao Judiciário.