Comparados a torcidas em gincanas ou de times de futebol, os dois grupos que ocupavam as galerias da Assembleia ontem, durante sessão extraordinária, foram barulhentos e agressivos. A cada manifestação de deputado, um ou outro lado respondia com gritos de ordem, músicas decoradas e insultos.
A sessão teve de ser interrompida diversas vezes pelo presidente Edegar Pretto (PT). O tempo perdido foi contabilizado e acrescido às exíguas quatro horas de votação.
De um lado, servidores públicos atingidos pelo regime de recuperação fiscal e sindicalistas entoavam cantos como “Ai, ai ai ai, tá chegando a hora, o dia já vem raiando, meu bem, Sartori está indo embora”. Mandavam também o grupo oposto estudar história. Do outro, CCs e integrantes de movimentos liberais gritavam em coro “Ah, que bom seria, se petista entendesse economia”.
Para quem não estava acostumado com o clima em dias de votações polêmicas, o ar parecia pesado dentro do plenário.
– Se eu fosse presidente da Assembleia, transferiria a votação para o plenarinho. Essa baderna atrapalha – disse um deputado da base, contrariado com a postura de Pretto diante das interrupções.