A quarta-feira, 13 de dezembro, ficará na minha memória como o dia em que colegas de profissão me honraram com a medalha Alberto André e que Felipe, um motorista de táxi, me emocionou com um relato de ouvinte assíduo da Rádio Gaúcha. Depois de passar a tarde na reunião de líderes do Grupo RBS, revendo o que plantamos e o que colhemos em 2017 e planejando 2018, cheguei ao chalé da Praça XV com as amigas Marta Sfredo e Alice Urbim para receber da nossa Associação Riograndense de Imprensa (ARI), com outros nove colegas de diferentes veículos, uma medalha muito cara, porque leva o nome do jornalista Alberto André, uma lenda entre nós.
O chalé estava repleto de amigos queridos e de colegas que eu aprendi a respeitar quando ainda era estudante. Da RBS éramos eu e Alice, essa mulher incrível que, embora não pareça, completou 42 anos de jornalismo e empresta sua competência à RBS TV. Não tinha como citar os nove e optei por destacar minha alegria por receber uma homenagem ao lado de Ivette Brandalise, que aprendi a admirar no final dos anos 1970, quando entrei na faculdade, e a frustração de nunca ter sido aluna do professor Marques Leonam.
Alice e eu saímos cedo da festa porque precisávamos voltar para o encontro de confraternização da RBS. Entramos num táxi no Largo Glênio Peres. Alice indicou o endereço e retomamos a conversa, sentadas no banco de trás. Menos de um quilômetro depois, o motorista perguntou se eu era a Rosane de Oliveira. Disse que não tinha visto meu rosto, mas reconhecera a voz. Falou mais ou menos assim:
– Queria muito conhecer a senhora. Sou muito grato, porque quando era moda bater nos taxistas e endeusar o Uber, a senhora nos defendeu dizendo que não se podia generalizar. A senhora não imagina o conforto que deu para a minha família.
Felipe reconheceu Alice, deu-lhe os pêsames pela morte do Carlos Urbim (há três anos), perguntou a ela se o filho ainda morava em São Paulo. Falou de outros colegas da Rádio Gaúcha com a intimidade de quem, de fato, acompanha nosso trabalho.
Desci do táxi com a sensação de que carregava uma medalha na bolsa e outra na cabeça. Porque mais importante do que o Ibope dizer que somos líderes de audiência há 33 meses ou que temos 50 milhões de acessos no site GaúchaZH ou 1 milhão de leitores na ZH impressa é essa conexão com o público. É ouvir que, em algum momento, nosso trabalho fez a diferença.