Na onda das revelações que vieram à tona com a delação dos donos da JBS, o Cpers entregou nesta segunda-feira na Assembleia um novo pedido de impeachment do governador José Ivo Sartori. Em 19 de janeiro, o primeiro foi arquivado pela então presidente do Legislativo, Silvana Covatti (PP).
O documento entregue ao chefe de gabinete de Edegar Pretto (PT), Elton Mariani, cita afirmação do delator Ricardo Saud sobre o pedido de propina de Aécio Neves (PSDB-MG) e o repasse de R$ 1,5 milhão como doação legal à campanha de Sartori. A acusação é frágil para sustentar um pedido de impeachment. A doação foi feita por transferência bancária e contabilizada. Sartori, assim como Ana Amélia Lemos (PP), Vieira da Cunha (PDT) e Tarso genro (PT), que também receberam contribuições, não tinha como saber que o dinheiro da JBS era sujo.
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Pretto encaminhou o requerimento ao procurador Fernando Ferreira, para que emita um parecer técnico.
– Não esperem de mim qualquer irresponsabilidade – diz Pretto.
A vice-presidente do Cpers, Solange Carvalho, afirma que o pedido não foi motivado pela delação, mas a informação foi inserida porque precisa de averiguação. O requerimento, que é igual do apresentado no ano passado, se baseia em cinco pontos, incluindo o parcelamento de salários e pedaladas fiscais.