Sebastião Melo começou a perder a eleição no momento em que foram abertas as urnas do primeiro turno e Nelson Marchezan surgiu em primeiro lugar, contrariando a ordem indicada nas pesquisas. Os líderes do PMDB, que preferiam um segundo turno com um candidato de esquerda, não conseguiam esconder o abatimento. Melo tentou reanimá-los lembrando que não era pouca coisa chegar ao segundo turno deixando para trás um ex-prefeito (Raul Pont) com boa avaliação e uma candidata que até o início do horário eleitoral liderava as pesquisas (Luciana Genro). Para além dos méritos da campanha vencedora, a derrota de Melo deve ser atribuída a uma combinação de elementos:
1. FADIGA DOS METAIS – Doze anos de mandato trazem um desgaste inevitável. O PT ganhou quatro eleições consecutivas e perdeu para José Fogaça em 2004 porque o eleitor expressou o desejo de muar.
2. AVALIAÇÃO NEGATIVA – Com o eleitor mais crítico e os problemas se acumulando com a crise das finanças, a avaliação do prefeito José Fortunati, de quem Melo é vice, despencou e atingiu a candidatura do PMDB. A rejeição aos governos de José Ivo Sartori e Michel Temer não pode ser ignorada.
3. VICE SEM PESO – Juliana Brizola pouco agregou à campanha. O PDT sumiu na aliança de 14 partidos.
4. COMUNICAÇÃO ERRÁTICA – Faltou um estrategista para mostrar que a única saída para Melo teria sido conquistar os eleitores dispostos a votar nulo ou em branco. Sem um especialista, assessores bateram cabeça.
5. FALTA DE DINHEIRO – A escassez de recursos dificultou a produção de programas para ocupar o latifúndio de espaço no segundo turno.