Logo na página 6, no início do relatório da Polícia Federal (PF) que embasou a operação "Tempus Veritatis" contra Jair Bolsonaro e alguns dos homens de confiança do presidente, a investigação informa que o grupo agia em seis núcleos para organizar um golpe de Estado. O trecho é intitulado "Organização Criminosa, Núcleos de Atuação e Milícias Digitais".
Veja abaixo como agiam e quais os integrantes, segundo a PF.
Núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral
Conforme a investigação, esse grupo tinha como objetivo "produção, divulgação e amplificação de notícias falsas quanto à lisura das eleições com finalidade de estimular seguidores a permanecer na frente de unidades militares". A ideia, segundo A PF, seria criar o "ambiente propício para o golpe de Estado".
Integrantes, segundo a PF: Mauro César Barbosa Cid, Anderson Torres, Angelo Martins Denicoli, Fernando Cerimedo, Eder Lindsay Magalhães Balbino, Hélio Ferreira Lima, Guilherme Marques Almeida, Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros e Tércio Arnaud Tomaz.
Núcleo responsável por incitar militares a aderirem ao golpe de Estado
O objetivo desse núcleo a escolha de alvos para "amplificação de ataques pessoais contra militares em posição de comando que resistiam às investigadas golpistas". "Os ataques eram realizados a partir da difusão em múltiplos canais e por meio de influenciadores em posição de autoridade perante a 'audiência' militar".
Integrantes, segundo a PF: Walter Souza Braga Netto, Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, Ailton Gonçalves Moraes Barros, Bernardo Romão Corrêa Netto e Mauro Cesar Barbosa Cid.
Núcleo jurídico
Prestava, segundo a investigação, assessoramento e elaboração de minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária que atendessem aos interesses golpistas do grupo investigado.
Integrantes, segundo a PF: Filipe Garcia Martins Pereira, Anderson Gustavo Torres, Amauri Feres Saad, José Eduardo de Oliveira e Silva e Mauro César Barbosa Cid.
Núcleo operacional de apoio às ações golpistas
De acordo com a PF, "a partir da coordenação e interlocução com então ajudante de ordens de Jair Bolsonaro Mauro Cid", esses integrantes "atuavam em reuniões de planejamento e execução de medidas no sentido de manter as manifestações em frente aos quartéis, incluindo a mobilização logística e financiamento de militares das forças especiais em Brasília".
Integrantes, segundo a PF: Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros, Bernardo Romão Corrêa Netto, Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira, Alex de Araújo Rodrigues e Cleverson Ney Magalhães.
Núcleo de inteligência paralela
A missão desse grupo seria a "coleta de dados e informações que pudessem auxiliar a tomada de decisões de Bolsonaro na consumação do golpe de Estado. Monitoramento do itinerário, deslocamento e localização do ministro Alexandre de Moraes e de possíveis outras autoridades da República com objetivo de captura e detenção quando da assinatura do decreto de golpe de Estado".
Integrantes, segundo a PF: Augusto Heleno, Marcelo Costa Câmara e Mauro César Barbosa Cid.
Núcleo de oficiais de alta patente com influência e apoio a outros núcleos
O relatório afirma que, "utilizando-se da alta patente militar que detinham", os integrantes "agiram para influenciar e incitar apoio aos demais núcleos de atuação por meio do endosso de ações e medidas a serem adotadas para consumação do golpe de Estado".
Integrantes, segundo a PF: Walter Souza Braga Netto, Almir Garnier Santos, Mario Fernandes, Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira, Laércio Vergílio e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.