Passados nove minutos do início do toque de recolher em Lviv, na noite desta quinta-feira (4), as sirenes antiaéreas voltaram a ecoar pela cidade, indicando um possível ataque por forças russas. Eram 22h9min (17h9min pelo horário de Brasília).
Aqui no hotel onde GZH está hospedada, a cinco quilômetros do centro da cidade, os hóspedes se deslocaram até o abrigo antiaéreo, localizado no subsolo do prédio. O bunker se assemelha a uma sala de aula, com classes e cadeiras.
Brinquedos, livrinhos e lápis estão posicionados como passatempo para crianças. Há muitas delas hospedadas no hotel.
Quando as sirenes tocam, dá tempo de pegar apenas algumas coisas — a menos que você deixe sua mochila sempre preparada. Não era o meu caso, que estava com notebook aberto escrevendo, dois smartphones carregando em tomadas diferentes e recém havia tirado os calçados.
É preciso sair o mais rápido possível. Acabei apenas calçando de novo os sapatos e levando apenas os celulares.
Esta é uma rotina da guerra — eu já havia passado por essa situação no norte de Israel, em 2006. Mas é sempre muito tenso.
Enquanto no abrigo pais tentam entreter os filhos com os poucos passatempos que estão disponíveis, alguns hóspedes ficam reflexivos sentados em um canto da sala. Outros conversam, tentando manter a naturalidade.
O tempo de duração das sirenes varia conforme a ameaça. Nesta noite, foram pelo menos 20 minutos. Felizmente, não houve registro de explosões.
Ao fazer o check-in, a recepcionista inclui o hóspede como membro de um grupo do Telegram. Em caso de risco de ataque e com as sirenes ecoando, uma mensagem é enviada. É necessário, então, correr para o abrigo, seguindo cartazes indicativos do local.