A União Europeia (UE) registra quase o mesmo percentual da população imunizada que o Brasil: 66,6% lá, 65,59% aqui, segundo o monitor One World in Data, da Universidade de Oxford. Mas o bloco pisou no acelerador na corrida contra a variante Ômicron, antes que ela se torne dominante.
Vacinar o maior número de pessoas é a palavra de ordem. Tanto que Alemanha, Grécia e Hungria iniciaram nesta quarta-feira (15) a imunização de crianças entre cinco e 11 anos - notícia desejada pela maioria dos pais também por aqui, angustiados com filhos que voltaram às salas de aula sem imunização. Antes, Dinamarca e regiões da Áustria já haviam dado esse importante passo. Outros países, como Itália, Portugal, República Checa, Chipre e Polônia, começarão nos próximos dias.
O produto aprovado pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) é o da Pfizer, com dose menor do que para adultos.
Mesmo nações que mais vacinam no continente, como a Espanha, também uma das que mais sofreram na primeira onda da covid-19, começaram a vacinar os pequenos. O país registra 80,74% da população imunizada, perdendo apenas para Portugal (88,87%) e Islândia (82,34%) na Europa. Uma pesquisa do instituo Appinio mostra que 74% dos pais espanhóis com filhos entre cinco e 11 anos pretendem vaciná-los.
A medida se junta a outras ações de contenção do vírus, iniciadas nas últimas semanas - a obrigatoriedade da vacina na Áustria e na Alemanha, a retomada do uso de máscara em locais públicos fechados no Reino Unido e em Portugal, o recrudescimento das fronteiras, com a exigência de testes negativos de PCR para visitantes mesmo vacinados na Itália, e quarentena para pessoas de fora ingressarem no bloco.
Desde o início da pandemia, olhamos para a Europa como uma espécie de janela para o futuro - uma realidade que experimentaremos logo ali à frente em termos de transmissão do coronavírus.
Aprendemos nesses dois anni horribiles que o vírus se comporta de forma diferente, dependendo de variáveis geográficas, mobilidade e, principalmente, da cobertura vacinal das populações e das ações pessoais dos líderes. Mas, grosso modo, diante de uma doença que se aproveita das facilidades da globalização, o que ocorre na Europa em seguida se repete por aqui.
Assim, governos do lado de cá do Atlântico não devem desprezar o alerta feito nesta quarta-feira (15) pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no parlamento europeu, segundo a qual a Ômicron pode se tornar a variante dominante no continente em meados de janeiro.